Ana Maria Fonseca deixou legado em pesquisa sobre distribuição de renda (Cedoc/RAC)
A última semana de março começou com pesar para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) devido à morte de Ana Maria Fonseca (68 anos) e Rodolfo Rohr (91 anos), respectivamente, a atual coordenadora associada do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP) da universidade e o ex-professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA). Secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, entre fevereiro e novembro de 2004, a pesquisadora foi uma das idealizadoras do Programa Bolsa Família na primeira gestão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela faleceu no domingo de infecção pulmonar e foi velada na manhã de ontem, no Cemitério dos Amarais, seguindo posteriormente para o Crematório Municipal. Já o docente morreu no sábado de insuficiência cardíaca, tendo sido sepultado no Cemitério da Saudade anteontem. Respeitada pelos colegas Ao todo, Ana concluiu duas graduações na própria Unicamp, em História (1981) e História Social e do Trabalho (1991). Posteriormente, se tornou doutora em 2000, pela Universidade de São Paulo (USP). A observadora atuava no NEEP há 31 anos, tendo conquistado o respeito de todos seus colegas de trabalho, que são unânimes em afirmar a relevância dos serviços acadêmicos e das aplicações práticas do conhecimento construído por ela. O atual coordenador do setor, professor Carlos Etulain, acompanhou de perto a trajetória profissional de Fonseca, destacando que os estudos sobre transferência de renda desenvolvidos por ela são referência nacional e internacional. “Ana enfrentou cada desafio com capacidade ímpar e grande entusiasmo e soube combinar alegria, integridade política, intelectual e sensibilidade social”, afirmou Etulain. Em nota, a Unicamp afirma que Ana Fonseca deixa o legado de uma vida dedicada ao estudo da pobreza e da distribuição de renda, além de uma longa lista de trabalhos e livros publicados. Quanto aos textos científicos escritos por ela, a instituição afirma que se tratam de uma poesia de reflexão sobre as diferenças humanas em um mundo que está sempre em transformação. Obstinado Obstinado pelo ato de ensinar, o austro-húngaro Rodolfo Rohr foi homenageado em 2010 — o Café Integração, um pequeno espaço de convivência na FEA, passou a levar o seu nome. Além da carreira como professor, Rohr também foi empresário em Goiás, estado para o qual levou novos equipamentos para perfuração de poços profundos, especificamente na região de Caldas Novas, tendo em vista o potencial de suas águas termo-minerais. Na universidade, ele atuava no Departamento de Tecnologia de Alimentos, desenvolvendo projetos de cooperação científica, na área de gorduras e óleos comestíveis.