Por unanimidade, os 60 conselheiros presentes aprovaram a proposta de implantação do sistema
Estudantes da Unicamp (Kamá Ribeiro)
O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou, na terça-feira (1º), a proposta de implantação do sistema de cotas étnico-raciais para ingresso nos cursos de pós-graduação. O percentual destinado às políticas de ações afirmativas nesse tipo de modalidade de acesso deve somar ao menos 25% do total de vagas disponibilizadas.
De acordo com a proposta aprovada pelo Consu, o percentual de atendimento a especificidades de cada programa pode ser ampliado até que se consiga atingir a meta de ter entre os ingressantes o mesmo percentual de pessoas autodeclaradas pretas e pardas domiciliadas no Estado de São Paulo, conforme indicado pela Pesquina Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje esse percentual está em 37,2%.
Segundo a decisão do colegiado, "todos os programas de pós-graduação ficam orientados a estabelecer políticas de ações afirmativas em modalidades de cotas étnico-raciais (pretos, pardos, indígenas) em seus processos seletivos de ingresso", diz o texto aprovado. A decisão foi por unanimidade, os 60 conselheiros presentes aprovaram a proposta de implantação do sistema.
"A medida significa a institucionalização de uma iniciativa que surgiu pela primeira vez na Universidade em 2015, quando foi aprovada uma política de cotas étnico-raciais para os cursos de pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Na sequência, outras unidades adotaram a medida", diz nota.
Pesquisadores pós-doc
Durante o processo de votação da proposta de adoção das cotas étnicos-raciais na pós-graduação, nesta terça-feira (1), o reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, anunciou a publicação no Diário Oficial do Estado de um edital elaborado pela Unicamp que prevê a reserva de vagas étnico-raciais para pesquisadores pós-doc.
Outros grupos
Além das cotas étnico-raciais para a pós-graduação, os conselheiros aprovaram também uma indicação que abre a possibilidade de adoção de cotas nos programas de pós-graduação para outros grupos sociais marginalizados – aqueles que não apresentam condições de competir em situação de igualdade nos processos seletivos devido a fatores históricos e culturais envolvendo desigualdade e marginalização.
Programas que já adotam cotas
Fonte: Grupo de Trabalho para Adoção de Cotas Étnico-Raciais na Pós-Graduação da Unicamp