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Unicamp aprova cotas para pretos e pardos na pós-graduação

Por unanimidade, os 60 conselheiros presentes aprovaram a proposta de implantação do sistema

Do Correio.com
03/08/2023 às 13:34.
Atualizado em 03/08/2023 às 13:35
Estudantes da Unicamp (Kamá Ribeiro)

Estudantes da Unicamp (Kamá Ribeiro)

O Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou, na terça-feira (1º), a proposta de implantação do sistema de cotas étnico-raciais para ingresso nos cursos de pós-graduação. O percentual destinado às políticas de ações afirmativas nesse tipo de modalidade de acesso deve somar ao menos 25% do total de vagas disponibilizadas.

De acordo com a proposta aprovada pelo Consu, o percentual de atendimento a especificidades de cada programa pode ser ampliado até que se consiga atingir a meta de ter entre os ingressantes o mesmo percentual de pessoas autodeclaradas pretas e pardas domiciliadas no Estado de São Paulo, conforme indicado pela Pesquina Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje esse percentual está em 37,2%.

Segundo a decisão do colegiado, "todos os programas de pós-graduação ficam orientados a estabelecer políticas de ações afirmativas em modalidades de cotas étnico-raciais (pretos, pardos, indígenas) em seus processos seletivos de ingresso", diz o texto aprovado. A decisão foi por unanimidade, os 60 conselheiros presentes aprovaram a proposta de implantação do sistema.

"A medida significa a institucionalização de uma iniciativa que surgiu pela primeira vez na Universidade em 2015, quando foi aprovada uma política de cotas étnico-raciais para os cursos de pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Na sequência, outras unidades adotaram a medida", diz nota. 

Pesquisadores pós-doc

Durante o processo de votação da proposta de adoção das cotas étnicos-raciais na pós-graduação, nesta terça-feira (1), o reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, anunciou a publicação no Diário Oficial do Estado de um edital elaborado pela Unicamp que prevê a reserva de vagas étnico-raciais para pesquisadores pós-doc.

Outros grupos

Além das cotas étnico-raciais para a pós-graduação, os conselheiros aprovaram também uma indicação que abre a possibilidade de adoção de cotas nos programas de pós-graduação para outros grupos sociais marginalizados – aqueles que não apresentam condições de competir em situação de igualdade nos processos seletivos devido a fatores históricos e culturais envolvendo desigualdade e marginalização. 

Programas que já adotam cotas

  • - 10 programas (Ambiente e Sociedade, Antropologia Social, Ciência Política, Ciências Sociais, Demografia, Filosofia, História, MP ProfHistória, Relações Internacionais e Sociologia)
  • - 2 Programas ( Educação e MP Educação Escolar)
  • Instituto de Estudos da Linguagem - 4 programas (Linguística, Linguística Aplicada, Teoria e História Literária e Divulgação Científica e Cultural)
  • - 2 programas (Ciência Econômica e Desenvolvimento Econômico)
  • - 4 programas (Artes da Cena, Artes Visuais, Multimeios e Música)
  • - 4 programas (Ensino e História e Ciência da Terra, Geociências, Geografia e Política Cientifica e Tecnológica)
  • 1 programa(Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas)
  • Os programas em vias de adotar cotas em 2023
  • - 2 programas (Administração e Engenharia de Produção e de Manufatura)
  • - 1 programa (Gerontologia)
  • - 2 programas (Ciência de Alimentos e Tecnologia de Alimentos)
  • - 1 programa (PECIM-Programa Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática)

Fonte: Grupo de Trabalho para Adoção de Cotas Étnico-Raciais na Pós-Graduação da Unicamp

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