OCUPAÇÃO

Unicamp afirma a alunos que manterá pesquisas

Universidade garantiu que medidas tomadas devido à crise não implicarão em riscos para o ensino, pesquisas, extensão e assistência à saúde

Moara Semeghini
17/05/2016 às 22:35.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:21
Estudantes participam de reunião com representantes da universidade: Reitoria está ocupada há sete dias (Carlos Sousa Ramos/AAN )

Estudantes participam de reunião com representantes da universidade: Reitoria está ocupada há sete dias (Carlos Sousa Ramos/AAN )

A Reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) reiterou nesta terça-feira (17) o motivo dos cortes de despesas anunciados pela instituição, durante reunião realizada com a comissão dos estudantes que ocupam o prédio da reitoria há uma semana, para discutir as reivindicações dos alunos. A universidade garantiu que as medidas tomadas por conta da crise na economia não implicarão em riscos para as atividades de ensino, pesquisa, extensão e de assistência à saúde. A instituição informou ainda que todos os programas de bolsas de estudos e de apoio à assistência e permanência estudantil mantidos pela Unicamp estão “integralmente preservados e, em vários casos, ampliados”. A Reitoria disse ainda que aprovou na semana passada 86 novas bolsas de auxílio-moradia para estudantes carentes que ingressaram na Unicamp neste ano. Os alunos protestam contra o corte de R$ 40 milhões em verbas anunciado pela universidade, falta de cotas raciais e por melhorias e ampliação da moradia estudantil. Os estudantes que ocupam a reitoria continuam no prédio e fazem uma coletiva de imprensa hoje às 15h para informar o que foi decidido no encontro de ontem com a reitoria. Segundo a reitoria, ficou estabelecido na reunião que será realizado um novo encontro para buscar a solução para o caso. Assim como os estudantes, parados há sete dias, professores e funcionários da Unicamp se reúnem em assembleia nesta quarta-feira (18), às 12h, no Cliclo Básico, para decidir se também entrarão ou não em greve a partir de quinta (19). O principal motivo é a proposta de reajuste de apenas 3% dos salários apresentada anteontem pelos reitores da Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) em audiência na sede do Conselho de Reitores das Universidades Paulistas (Cruesp), em São Paulo. O Fórum das Seis – entidade que representa sindicatos de professores e funcionários das três universidades públicas estaduais – pede reajuste salarial de 12,34%. Além disso, o movimento é contrário às medidas de economia tomadas pela universidade por conta da crise financeira. “Esta proposta está muito abaixo da inflação, o que resulta em uma perda significativa para os trabalhadores”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), João Ramiro Mendonça de Souza. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) acumulou alta de quase 11% em 12 meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Esta terça foi dia de mobilização na universidade. Pela manhã, funcionários realizaram um ato em frente ao prédio da Diretoria Geral da Administração e decidiram pela assembleia. Em frente à administração, do outro lado da Praça das Bandeiras, no prédio da Reitoria, ocupado há uma semana por estudantes do movimento Ocupa Tudo Unicamp, discutiam questões que seriam levadas à reunião com a reitoria à tarde. No fim do encontro, eles receberam a visita da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) que discursou, manifestou seu apoio ao movimento e foi muito aplaudida pelos alunos. “Os estudantes precisam de uma série de estruturas – como moradias, alimentação – importantes para que eles possam se formar. Quando uma verba é tirada pelo governo, nós precisamos vir até aqui para dar uma força”, explicou. O movimento Ocupa Tudo Unicamp também é contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que o grupo chama de “golpe”. Oito institutos de educação da universidade estão em greve e sete estão paralisados. Reitoria informa que número de bolsas aumentaram A universidade informou ainda que conta atualmente com um total de 832 vagas gratuitas na moradia estudantil e que aumentou o número de bolsas de auxílio-moradia - de 310 em 2012, para 791 em 2016. As bolsas de auxílio social aumentaram de 833 em 2012 para 1.450 em 2016. Não houve redução em nenhum dos programas de apoio aos estudantes. Em 2016, a Unicamp registrou o ingresso de 47,6% de alunos vindos de escola pública, o que representa um resultado muito próximo da meta de 50% do total de ingressantes estabelecida para 2017 nos cursos de graduação. Dos 47,6% de alunos oriundos de escolas públicas, 22,4% são autodeclarados pretos, pardos e indígenas. “Isso mostra que não foi necessário adotar o sistema de cotas para que os objetivos de inclusão sócio econômica e étnico-raciais fossem atingidos”, afirmou a Reitoria, em nota. Leia Também https://correio.rac.com.br/2016/05/campinas_e_rmc/428818-caism-suspende-internacoes-na-uti-neonatal.html https://correio.rac.com.br/2016/05/tv_correio/cidades/428805-leci-brandao-visita-ocupacao-da-unicamp.html https://correio.rac.com.br/2016/05/campinas_e_rmc/428666-reitoria-da-unicamp-e-ativistas-abrem-negociacao.html https://correio.rac.com.br/2016/05/campinas_e_rmc/428498-estudantes-da-unicamp-querem-abrir-negociacao.html

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