Unanimidade nacional, café conquista novos espaços

O cheiro dele é um convite para sentar à mesa junto com a família e os amigos. Depois do almoço ou jantar, todo garçom o oferece para o cliente no restaurante. À noite, ele ajuda muito a deixar acordado quem precisa estudar para concursos ou provas escolares. No Inverno, o consumo dele cresce pelo menos 30%. Se você não resiste a uma boa xícara de café, sabe muito bem que ele é parte da vida do brasileiro desde a infância. Domingo (24), é celebrado o Dia Nacional do Café e, atualmente, o consumo per capita é de 81 litros por habitante ao ano no Brasil. Em Campinas, há mais de 80 cafeterias em operação.O grão do café já foi uma das principais fontes de renda do País e deu nome à famosa “política café com leite”, que imperou durante a Primeira República e legitimava a ocupação do poder central nas mãos de paulistas (produtores de café) e mineiros (produtores de leite). Se antes a bebida era preparada apenas em coadores de pano ou filtros de papel, agora há uma infinidade de métodos, desde as máquinas de expresso à extração a frio, que deixam o bom e velho cafezinho ainda mais gostoso. Os produtos especiais caíram no gosto dos apreciadores e a cada dia mais novidades surgem para saciar o desejo por bebidas diferenciadas que vão muito além do café preto na xícara. Especialistas afirmaram que o café é uma bebida versátil, que serve bem desde a mesa da família no tradicional encontro da tarde até drinques sofisticados. No Exterior, há muito tempo existem cardápios com cafés especiais. Uma tendência que cresce na Europa e nos Estados Unidos é o cold brew, cuja extração é realizada com água gelada. Outra novidade é o cascara tea, que é um chá feito com a casca do café. Empresas brasileiras como o Daterra Atividades Rurais, vinculado ao Grupo DPaschoal, testa o lançamento de um produto para a elaboração do chá. “Em outros países, os apreciadores da bebida já aprenderam a gostar de cafés diferenciados. Os nórdicos gostam de um café com um pouco mais de acidez. No Japão, a preferência é por cafés mais suaves e doces. Nos Estados Unidos, a tendência é de cafés com notas de chocolate ou frutas, como a ameixa. Para preparar essas bebidas, os grãos têm que ser de altíssima qualidade”, comenta o coordenador de Marketing Internacional e Comercial do Daterra, Gabriel Agrelli Moreira. Ele diz que o consumidor brasileiro ainda prefere o café preto e altamente torrado, que acaba escondendo as imperfeições.“Embora a preferência ainda seja pelo café comercial, existe um avanço no consumo de produtos mais qualificados. Somos especializados na produção de cafés especiais. Exportamos mais de 90% da nossa produção”, afirma. O coordenador lembra que existe um movimento de abertura de cafeterias gourmets que oferecem um cardápio diferenciado. “O crescimento desses negócios é importante porque abre boas possibilidades para aumentar a venda dos nossos produtos no Brasil”, pontua. O diretor comercial do Café Canecão, Natal Martins, afirma que a empresa prevê um crescimento de 10% neste ano, “mantendo-se a média desses primeiros meses de 2015”. “O aumento vai resultar em um volume total de 3,47 milhões de quilos de café. Em 2014, a empresa comercializou 3,16 milhões de quilos de café”, diz. Ele ressalta que os produtos mais consumidos atualmente são o café tradicional e em alto-vácuo. “Vale destacar que, especificamente o consumo em embalagem a vácuo, tem crescido uma média de 12% ao ano.” Martins comenta que, entre as novidades da marca, estão a ampliação da presença em locação de máquinas e assistência técnica.