Corpus Christi

TV e internet garantem celebração

Pela primeira vez em cinco décadas de evangelização cristã, a Igreja Católica celebrou sem a presença do público a solenidade do Corpus Christi, ontem

Gilson Rei
12/06/2020 às 09:15.
Atualizado em 29/03/2022 às 08:34
Sistema de iluminação da TV prepara o altar para a celebração, que destaca o Corpo e Sangue de Cristo como a essência da Eucaristia: solenidade (Leandro Ferreira/AAN)

Sistema de iluminação da TV prepara o altar para a celebração, que destaca o Corpo e Sangue de Cristo como a essência da Eucaristia: solenidade (Leandro Ferreira/AAN)

Pela primeira vez em cinco décadas de evangelização cristã, a Igreja Católica celebrou sem a presença do público a solenidade do Corpus Christi, ontem, nas nove cidades que integram a Arquidiocese de Campinas. Todas as celebrações ocorridas durante o dia foram transmitidas por meio de redes sociais, em função da pandemia do coronavírus. No período da noite, os católicos do município e da região prestigiaram a cerimônia da Catedral de Campinas por meio da TV Século 21, às 19h, evento que representou a Arquidiocese de Campinas. O arcebispo d. João Inácio Müller destacou que a celebração de Corpus Christi realizada pelos católicos recorda a Instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, quando Jesus - sabendo que seria morto - quis comer a Páscoa com os apóstolos. Durante a ceia, Jesus abençoou o Pão e o Vinho e ofereceu aos seus discípulos, selando definitivamente a aliança de Deus com a humanidade através do seu corpo que seria entregue e do seu sangue que seria derramado. Segundo o arcebispo este ato representa um convite à manifestação da fé e devoção ao Sacramento de piedade; um sinal de unidade, vínculo de caridade. No Brasil e em Portugal, a tradição popular consagrou o hábito de forrar as ruas com tapetes de materiais como pétalas de flores, borra de café, serragem e outros materiais, desenhando símbolos cristãos e figuras bíblicas, para a passagem da procissão. Retorno Vale destacar que as igrejas católicas só retomarão celebrações públicas a partir de 20 de junho, nas nove cidades que integram a Arquidiocese de Campinas, que são: Campinas, Elias Fausto, Hortolândia, Indaiatuba, Monte Mor, Paulínia, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. Apesar disto, as igrejas iniciaram a abertura de seus templos para a prática de orações, na segunda-feira passada. O adiamento da retomada de missas, segundo o arcebispo, será para treinamento das lideranças sobre a observação das regras. Um protocolo foi desenvolvido pelo Comitê Emergencial da Crise do Covid-19 com a participação de representantes da igreja, teólogos da PUC-Campinas; colaboradores externos e profissionais do Hospital PUC-Campinas. A partir do dia 20, as missas ocorrerão diariamente em um período máximo de quatro horas. O acesso dos fiéis será limitado, conforme as regras estabelecidas pelo município. Cada paróquia decidirá critérios sobre o controle do número de pessoas, de acordo com a capacidade (agendamento, telefone, redes sociais, etc). Os participantes das celebrações deverão guardar distância mínima de dois metros uns dos outros. Além da obrigatoriedade de uso de máscaras, os fiéis deverão higienizar as mãos, com álcool em gel 70%, e as solas dos sapatos, com água sanitária antes de entrar no templo. Durante a comunhão, os fiéis devem permanecer nos seus lugares e o ministro levará a hóstia até eles. Quem for comungar, de acordo com o protocolo, deverá ficar em pé, retirar a máscara pelo elástico e receber a comunhão com a mão em forma de pinça, colocar a máscara e sentar. O Pai Nosso deve ser feito sem dar as mãos e sem o abraço da Paz. No caso do sacerdote ser idoso ou pertencer a algum grupo de risco, deve ser substituído na distribuição da comunhão, pelo diácono ou ministro. Aparecida O Santuário Nacional de Aparecida, no Interior de São Paulo, celebrou ontem também o Corpus Christi sem a presença de fiéis. É a primeira vez que isso acontece em mais de 100 anos. Após a missa, celebrada pelo bispo d. Orlando Brandes, houve uma procissão eucarística na área externa da Basílica, fechada ao público. Apenas os celebrantes participaram dos atos, mas houve transmissão por internet e TV a todos os telespectadores fiéis. As celebrações presenciais na basílica estão suspensas desde março. No Corpus Christi do ano passado, o santuário recebeu cerca de 50 mil pessoas, mesmo número de Santana de Parnaíba. (com Estadão Conteúdo)

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