ENTREVISTA

Turismo sob a ótica da nossa região

Juarez Cintra, proprietário da Ancoradouro, que tem 25 anos de existência, analisa o setor

Agência Anhanguera de Notícias
19/03/2013 às 09:18.
Atualizado em 26/04/2022 às 00:07
Juarez Cintra: o turismo, para um país e para um povo é uma das coisas mais importantes do mundo" (Cedoc/RAC)

Juarez Cintra: o turismo, para um país e para um povo é uma das coisas mais importantes do mundo" (Cedoc/RAC)

Nos seus 25 anos de existência, a Ancoradouro Operadora, nascida em Campinas, atingiu o número 1,1milhão de passagens aéreas comercializadas em 2012. O número inclui voos nacionais e internacionais e de diversas companhias. Além da matriz em Campinas, a operadora mantém escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, São José dos Campos e Bauru. O Turismo conversou com Juarez Cintra, idealizador e proprietário da Ancoradouro, e que comemora 25 anos dedicados ao turismo em nossa região.

Turismo— Como o senhor avalia o potencial de Campinas e região para o turismo?

Juarez Cintra — Campinas representa hoje 50% da receita da nossa empresa. Isso mostra que é um mercado muito forte. O interior de São Paulo é o segundo maior do Brasil em termos de emissão de bilhetes aéreos.

Como o senhor entrou para este mercado?

Fui visitar uma prima que tinha uma agência de viagens e ela me contou que tinha um sócio que estava querendo sair da parceria. Me interessei em comprar a parte dele. A partir daí nasceu a paixão pelo turismo.

E quando o senhor decidiu abrir a Ancoradouro?

Há 25 anos. Como operadora, nosso foco é vender para as agências de viagem. Durante esse período viemos em uma crescente e hoje temos quase 300 funcionários. Quando começamos eram apenas duas pessoas em uma sala de 40 metros quadrados. Hoje, nossa matriz tem 3,9 mil metros quadrados, além dos outros escritórios.

Há mão de obra qualificada para trabalhar na área?

Temos um setor específico de treinamento, não só para os funcionários, mas também para os agentes de viagem. Se eu não fizer a capacitação, não tenho onde mandar fazer. A faculdade de Turismo é outra coisa, ela forma profissionais para trabalhar nas áreas públicas ou em escritórios de assessoria, não têm nada a ver com negócio. O nosso negócio é prestação de serviço e a faculdade forma técnicos em turismo.

Como o senhor avalia a importância do mercado de turismo para o País?

Para a economia é fundamental. Achei que no primeiro mandato do ex-presidente Lula (Luís Inácio Lula da Silva) nós estávamos indo para o caminho certo, porque finalmente alguém tinha enxergado o turismo como uma fonte de renda, uma indústria, algo a ser levado a sério. Mas foi só um susto, pois num dia ele acordou e colocou o Walfrido dos Mares Guia (PDT) como Ministro do Turismo. Ele foi realmente o único Ministro que esse País teve. Os outros estavam lá para preencher buraco por acordos políticos. O Walfrido não, ele deu uma importância para o setor, foi um cara altamente receptivo.

Mas houve um crescimento no setor, com o turista brasileiro viajando como nunca?

O empresariado que mexe com turismo no Brasil precisa ser tratado com o maior respeito e tem que entrar para a história desse País, mais que muito presidente da República. Porque ele investe em um setor que não tem a ajuda de ninguém. Aqui, no Brasil, o turismo não é levado a sério, isso é uma pena. O que nós perdemos de receita com isso.

O senhor se refere à infraestrutura?

Também. Pense na Copa. Nós não temos infraestrutura, não temos aeroportos, mas não são só os aeroportos. Como se o turista só andasse de avião. E as estradas? Você acha que o turista vai ficar na sede em Recife, por dez dias, parado lá, para a cada três ver um jogo? Não, ele quer ir para Maceió etc, como fazem na Europa e em outros lugares. Mas e estrada para isso? E infraestrutura para isso? Não tem.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por