A implantação do Trem Intercidades, que ligará a Capital a Campinas, foi um compromisso assumido por Tarcísio de Freitas durante a campanha ao Governo de São Paulo: previsão é que o sistema de transporte conte com três eixos de operação, um deles, de passageiros, com parada na Estação Cultura (Kamá Ribeiro)
O Trem Intercidades (TIC), modal que ligará as cidades de Campinas e São Paulo, foi destaque no primeiro dia de reuniões entre a comitiva do Governo do Estado de São Paulo e empresários estrangeiros no contexto do Fórum Econômico Mundial, que está sendo realizado em Davos, na Suíça. Na ocasião, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), acompanhado de três secretários, apresentou aos interlocutores projetos ferroviários e de caráter sustentável que estão em desenvolvimento no Estado, com o propósito de gerar parcerias e atrair novos investimentos para São Paulo.
O primeiro encontro da missão internacional paulista no Fórum Econômico Mundial foi considerado positivo pelo governador. "A nossa missão em Davos é apresentar todo o potencial de São Paulo: seu desenvolvimento sustentável, sua capacidade de atração de investimentos e as oportunidades para parcerias com o setor privado. Trazer novos negócios para o Estado de São Paulo significa gerar empregos, renda, qualidade de vida e ajudar no crescimento do Brasil", justificou Tarcísio de Freitas. Também integram a comitiva os secretários Lucas Ferraz (Negócios Internacionais), Arthur Lima (Casa Civil) e Lais Vita (Comunicação).
A inclusão do TIC na vitrine de apresentação do Governo Paulista a potenciais investidores estrangeiros vai ao encontro do compromisso firmado pelo governador, tanto durante a campanha como depois da posse, de que o Estado investirá no transporte sobre trilhos e que o sistema que ligará Campinas a São Paulo será finalmente executado.
BID
Tarcísio de Freitas também se encontrou com o presidente do BID, Ilan Goldfajn. Segundo o governador, a conversa foi muito positiva. Foi discutida, por exemplo, a possibilidade de participação do BID na estruturação de projetos no Estado, entre eles o Trem Intercidades. Os temas parcerias na digitalização de serviços, apoio do banco à criação de um instrumento financeiro verde para os investidores e suporte ao Desenvolve São Paulo para fomentar o empreendedorismo social também foram debatidos.
Eixos
A proposta da criação do TIC não é nova. Ela tem mais de dez anos, mas nunca avançou para além das intenções. Recentemente, porém, o projeto foi revigorado e mereceu destaque nos planos de governo dos então candidatos ao Governo de São Paulo. Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia e Tarcísio de Freitas se comprometeram, durante a campanha eleitoral, a concretizar o modal. Após a vitória, o atual governador reafirmou o seu compromisso.
Antes da reunião em Davos, o último movimento para viabilizar o Trem Intercidades havia ocorrido ainda na gestão de Rodrigo Garcia (PSDB), em novembro passado, quando Estado e União assinaram um acordo de cooperação técnica para destravar a licitação do sistema, com vistas à sua implantação e operação por parte da iniciativa privada.
De acordo com informações divulgadas pelo Estado, ainda na gestão de Rodrigo Garcia, o TIC deverá ser dividido em três eixos. O eixo Serviço, com 35,2 quilômetros, será integrado ao sistema metroferroviário da Capital, promovendo a ligação entre a estação Barra Funda e Francisco Morato e atendendo as cidades de Caieiras e Franco da Rocha. O segundo eixo contará com a operação do trem intermunicipal propriamente dito, que vai unir Francisco Morato a Campinas, atendendo ainda as cidades de Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí e Louveira. Por fim, haverá o serviço de transporte ferroviário intermunicipal de passageiros, expresso, ligando São Paulo (estação Barra Funda) a Campinas, com parada em Jundiaí.
Na ocasião da assinatura do contrato entre o Estado e a União, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) disse que, quando for concluído, o TIC será fundamental para milhares de pessoas que se locomovem entre a Capital e Campinas diariamente. "É uma obra fundamental para Campinas, aguardada há muito tempo. Vai ajudar milhares de pessoas que transitam entre Campinas e São Paulo diariamente. Estou confiante de que essa obra vai andar nesses próximos anos e se tornará uma realidade", afirmou à época.