Aeroporto monta curral para animais, que serão levados a São Tomé e Príncipe
Vinte touros e 90 vacas estão no Aeroporto Internacional de Viracopos à espera de um voo com destino a São Tomé e Príncipe, na África. Os animais chegaram na manhã deste quarta (17) no aeroporto e foram colocados em um curral localizado no terminal de cargas vivas. A viagem estava prevista para ocorrer no início da noite, porém, o mau tempo em Bogotá, na Colômbia, onde estava o cargueiro responsável pelo transporte do gado, impediu a decolagem com destino a Campinas. A previsão é que a aeronave chegue nesta quinta (18), por volta das 10h, em Viracopos e decole após as 15h com os animas.
O gado da raça Nelore é de Minas Gerais e foi comprado pelo governo de São Tomé e Príncipe com a ajuda do Banco Africano de Desenvolvimento. A intenção é levá-los ao país para dar início a um projeto reprodução de gado de primeira linha no local. Segundo a empresa responsável pelos animais e pelo transporte, foram gastos cerca de US$ 10 mil para colocar cada um dos animais no destino. A intenção do governo de São Tomé é que o rebanho se reproduza, e em seis anos, chegue a mil cabeças.
A operação de transporte do rebanho é a segunda maior já feita com carga viva no aeroporto. Em 2006, 240 cabeças de gado foram levadas de uma única vez, também para a África. Nos últimos anos as operações com carga viva foram menores e envolveram no máximo 80 animais.
[INTERTITULO]A operação[/INTERTITULO]
Os animais que serão embarcados hoje, juntos, pesam cerca de 20 toneladas. Eles irão viajar em uma aeronave modelo MD11 com capacidade para 90 toneladas. O voo deve durar cerca de oito horas.
[TEXTO]Para o transporte, o gado será dividido e colocado em 16 baias (espécie de cercado de madeira) com capacidade para agrupar entre cinco e sete animais perfilados cada uma. Os machos serão colocados separados das fêmeas. O espaço entre eles será pequeno, já que os animais não podem deitar durante o percurso para não haver risco de um animal pisar no outro. O gado será colocado nas baias antes de subir na aeronave. A montagem delas foi iniciada na tarde de ontem, em frente ao curral.
Um caminhão que funciona como uma espécie de elevador irá içar as baias até a entrada do cargueiro. A ideia é distribuir os cercados por toda aeronave, que tem 61 metros de comprimento, 51 de largura e 17 de altura de forma igual.
Os animais não serão sedados. Para mantê-los quietos e impedir que se mexam muito durante o voo, o ar condicionado do cargueiro será ajustado em uma temperatura baixa, que oscilará entre 12ºC e 14ºC. A temperatura ideal para o animal é de 20[TEXTO]ºC[/TEXTO]. O gado será acompanhado durante a viagem por dois especialistas da raça.
“O avião é um cargueiro normal, mas temos a preocupação com a segurança do voo e por isso iremos diminuir a temperatura. Apesar de não ser o mais indicado, nessa temperatura eles quase não se mexem e não há risco de qualquer tipo de problema”, afirmou o consultor e diretor da empresa responsável pelos animais, Marcelo Eduardo Guandalini. Ele afirmou que os animais serão alimentados horas antes do voo. “Como o percurso não é tão grande, eles comem antes.”
“É uma operação que requer o máximo de atenção e antecipação. Nosso curral tem capacidade para conter 180 animais, mas ultimamente não passava de 80. Tivermos que fazer algumas alterações, mas nada demais. Muitos setores do aeroporto foram ativados para o trabalho, desde Receita Federal, Ministério da Agricultura e até a Polícia Federal. Tudo muito específico”, afirmou o gerente de logística e carga do terminal, Ricardo Augusto Luize.
[/TEXTO][TEXTO]