PAULÍNIA

Trânsito e segurança são atrativos para nova Betel

Segundo os moradores mais antigos, muito progresso foi levado para o bairro; região é a segunda mais forte do município economicamente, só perdendo para a área da Replan

Gustavo Abdel
02/08/2015 às 09:20.
Atualizado em 28/04/2022 às 18:00
Bairro, que hoje tem cerca de 6,2 mil habitantes, é a segunda região economicamente mais forte de Paulínia ( César Rodrigues/ AAN)

Bairro, que hoje tem cerca de 6,2 mil habitantes, é a segunda região economicamente mais forte de Paulínia ( César Rodrigues/ AAN)

Após 24 anos como bairro de Paulínia, Betel já é considerado por muitos moradores um distrito, diante de tantas indústrias e condomínios que surgiram nos últimos anos. Mas, no papel, ainda não há nada formalizado. Para alguns entrevistados pelo Correio, a transformação do local em distrito de Paulínia poderia dar à região Leste, hoje com pouco mais de 6,2 mil habitantes, mais atenção do poder público municipal. O trânsito caótico na Avenida Alexandre Cazelatto — a principal de Betel —, a poluição das indústrias e a segurança são os principais gargalos apontados pela população naquela região.Até 1993, parte do território de Betel pertencia a Campinas, integrando o distrito de Barão Geraldo. O processo de incorporação para Paulínia começou em 1991, quando a Câmara de Deputados de São Paulo aprovou resolução que possibilitou a realização de um plebiscito em Betel sobre a anexação. O movimento pela incorporação foi apoiado por entidades como o Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, que realizou uma vistoria no bairro. O plebiscito foi realizado em agosto de 1993 e 73,5% dos 441 eleitores cadastrados em Betel votaram a favor da entrada de Betel em Paulínia.Desde então, segundo os moradores mais antigos, muito progresso foi levado para o bairro. Betel é a segunda região mais forte de Paulínia, economicamente, depois da área da Replan. O local abriga um polo de indústrias nas margens das avenidas Benedito Montenegro, Irene Karsher e João Baldin. “Chamo Betel de distrito porque cresceu demais, e não tem mais característica de um simples bairro”, disse o aposentado Batista Lopes Silva, de 72 anos. Ele morou na região central de Paulínia durante 32 anos, mas há 4 anos resolveu ter mais “tranquilidade” em Betel. “Mas está muito movimentado (o bairro). Antigamente era uma fazenda que eu vinha plantar algodão”, recorda. Ainda assim, ele avalia que o local é menos perigoso do que morar na cidade, mas uma sede administrativa municipal no local seria uma forma de manter os serviços básicos de maneira constante.Do Centro de Paulínia são aproximadamente 5 quilômetros. Muitos moradores reclamam que o transporte é precário, e que para a área central tem ônibus somente de hora em hora. “Para Campinas temos poucos horários. É preciso uma maior atenção nesse ponto”, apontou a moradora Fátima Rodrigues, de 55 anos. Além disso, a moradora Lucimara Pereira, de 43 anos, acredita que o local poderia se tornar distrito e receber serviços essenciais, como empresa dos Correios, por exemplo. “Precisamos ir até o Centro retirar encomendas e postar nossas cartas”, disse Lucimara.BarreirasA organização urbana de Betel é centrada em três avenidas principais que dão acessos a todos os bairros. A principal é a avenida Alexandre Cazelatto, que se inicia na SP-332, passando pelos bairros Alvorada Parque, Moradas de Betel e Parque das Indústrias, e dando acesso ao GreenVille, Porto do Sol, Santa Izabel, Paineiras e Manacás. Ao todo são mais de 20 bairros que compreendem a região. “Ainda não foi levado para a associação de moradores a intenção de transformar Betel em distrito. Ainda que comporte um distrito industrial, colocar uma subprefeitura, com mais cargos, não seria o ideal no momento. Precisamos discutir ações mais pontuais no bairro, como a questão da poluição das empresas e a estrutura viária”, acredita Ronaldo Magioli, membro da associação de moradores e coordenador de uma página na internet voltada para o bairro. A longo prazo o assunto poderá ser discutido, mas não está na pauta de prioridades para o bairro no momento, segundo Magioli.ExemplosEm Vinhedo, conforme publicou o Correio essa semana, os vereadores devem votar na primeira sessão do semestre, na segunda-feira, um projeto de decreto legislativo que poderá transformar a região do Capela — separada de Vinhedo pela Rodovia Anhanguera (SP-330) — em distrito. Para isso, caso aprovada pelos vereadores, será preciso que os eleitores decidam através de plebiscito a ser realizado, se houver tempo hábil, nas eleições municipais de 2016. O local, diferentemente de Betel, possui 25 mil habitantes e uma estrutura de “cidade de interior”, com vida própria, segundo os moradores.Sumaré, depois de Campinas — com seis distritos — é a única cidade da RMC a possuir distrito. Nova Veneza, hoje com aproximadamente 170 mil habitantes, foi criado em 1958, após a formação de um núcleo de pequenos lotes originários da divisão da fazenda de Luiz Campo Dall’Orto. Para possibilitar a sua criação foram desmembradas terras dos distritos da Sede (Sumaré) e Hortolândia.Prefeitura rejeita mudança de statusA Prefeitura de Paulínia informou que não tem nenhum estudo e interesse em transformar o bairro Betel em distrito, como qualquer outra região do município. De acordo com a Administração, o bairro recebe os serviços públicos da Administração como em qualquer outra região da cidade. O bairro conta com uma unidade básica de saúde, uma escola técnica, uma escola de ensino fundamental, uma creche e Centro de Atendimento SENAI. A Administração garantiu que na questão da segurança, Guarda Municipal e Polícia Militar intensificaram as rondas diárias, e as viaturas ficam em pontos estratégicos. “Quando o veículo não é de Paulínia é solicitada a documentação e a carteira de habilitação do motorista e RG dos passageiros. Também são realizadas operações, pois trafegam um grande número de caminhões, além da apreensão de drogas e armas”, informou a pasta, em nota. TrânsitoNa segunda quinzena de agosto, a Secretaria Municipal de Transportes iniciará a colocação de placas de sinalização, sinalização de solo e uma reorganização no cruzamento das Avenidas Alexandre Cazellato e Benedito Montenegro, as principais e mais caóticas do bairro nos horários de pico. “A Secretaria de Obras realizou a operação tapa buraco em diversas ruas do bairro na semana passada”. Já a Secretaria de Planejamento enfatizou que a área urbana, apesar de existir alguns bolsões de área rural, “é toda pavimentada e o bairro conta com rede de esgoto e iluminação pública, além de vários acessos ao bairro, seja, pela Rodovia Professor Zeferino Vaz - SP-332, a Estrada da Rhodia ou pela Rodovia Roberto Moreira”, finalizou. 

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