Vias no entorno da Anhanguera tiveram aumento de fluxo e lideram o movimento em Campinas
Vista da Avenida Lix da Cunha, líder em movimento de veículos em Campinas: Emdec vê 'pêndulo' com Vinhedo, Valinhos e Americana (César Rodrigues/AAN)
O impacto da conurbação da Região Metropolitana de Campinas (RMC), aliado ao desenvolvimento dos municípios da região — aumento da frota de veículos, evolução dos índices econômicos e criação de postos de emprego — elevou consideravelmente o fluxo nos principais corredores de ligação de Campinas. As mudanças ocorreram nos últimos dois anos nos trechos que fazem ligação do Centro com as regiões do Campo Grande e Ouro Verde e também com as cidades localizadas no entorno da Rodovia Anhanguera (SP-330) como Hortolândia e Sumaré.O aumento do número de veículos é notável e já provoca dores de cabeça nos motoristas, que acabam presos em gargalos e congestionamentos, principalmente nos horários de pico. Em Campinas são 48 pontos de estrangulamento devido a essa demanda.A via que mais sentiu essa mudança foi a Avenida Lix da Cunha. No ranking das 20 vias do município campeãs de movimento, ela é hoje a que mais recebe fluxo diário. São 84 mil veículos por dia que passam por ela. Dois anos atrás, a Lix era apenas a oitava da lista, com movimento de 57 mil. Uma das principais entradas de Campinas, a avenida recebe veículos de cidades da região como Americana, Hortolândia, Sumaré e Monte Mor. ReflexoOutros exemplos de vias que tiveram um crescimento que chama a atenção são as avenidas John Boyd Dunlop e a Ruy Rodriguez. A primeira recebia em média 45 mil veículos por dia (12) em 2011, e hoje o número já passa dos 64 mil. A movimentação colocou a via na 6 posição. Ela é a principal ligação do Centro à região do Campo Grande.A Avenida Ruy Rodriguez, que liga o Centro ao Ouro Verde, passou da 14 posição com fluxo diário de 39,3 mil, para a 11, com 46 mil. As duas regiões nos últimos anos receberam empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo Federal. Além disso, uma grande parcela dos moradores daquela região adquiriram carros e motos neste período. Hoje a frota de Campinas já passou dos 800 mil veículos.Os dados são da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). O presidente do órgão e secretário municipal de Transportes, Sérgio Benassi, afirmou que a situação é alarmante e defendeu ser necessário traçar ações e intervenções planejadas, além de investir no transporte coletivo, para evitar que a cidade viva um caos no trânsito futuramente.“O fluxo aumentou muito de 2011 para cá, e isso refletiu nas vias que chamamos de artérias e corredores que fazem ligações com cidades da RMC e de regiões mais distantes do Centro. Percebemos que existe um pêndulo de movimento muito grande entre Valinhos, Vinhedo e Campinas, que termina em Americana. A população que circula entre esses municípios é enorme. E Campinas acaba sendo o centro dessa passagem e, na maioria das vezes, é o foco central dessas viagens. Seja para o trabalho, estudo, prestação de serviços, entre outras coisas. Os gargalos estão se formando cada vez mais rápido. É preciso olhar e analisar quais os pontos que necessitam de intervenção imediata”, afirmou.Benassi lembrou que atualmente há dois grandes projetos para a mobilidade em Campinas. “O Bus Rapid Transit (BRT) e o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos). Porém, não podemos só pensar na mobilidade de Campinas. Temos que criar ações que atendam todo o contingente de pessoas que diariamente entram em Campinas. Essa é a grande questão. Por isso temos projetos de intervenções em pontos críticos”, afirmou.O secretário afirmou que a Lix da Cunha é uma das principais preocupações. “O movimento é muito grande e lá há um gargalo imenso no entroncamento com a Anhanguera e também com a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre. É preciso criar novas faixas para ajudar a fluir. Outro ponto é na John Boyd Dunlop, no balão do Londres. A Prestes Maia é outro gargalo também no entroncamento com a Anhanguera. Vai ser preciso aumentar as pistas. Mas precisamos de verba para tudo isso, e tempo. É necessário um grande pacote de investimentos e estamos planejando como fazer isso.”O secretário de Mobilidade Urbana e Rural da Prefeitura de Sumaré, Valdeci Donizete Coleta, afirmou, que Sumaré também soma pontos de congestionamento. “A migração acontece tanto para Campinas como para as outras cidades. Percebemos que realmente houve uma explosão no volume diário médio de veículos que transformou o acesso a Sumaré, entrada e saída, manhã e tarde, impossível de trafegar em horários de pico. Acredito que o grande problema da mobilidade está na política governamental que incentiva a aquisição de veículos, a explosão da frota ocorreu muito acima da capacidade das vias.”