Mahendra Prasad Panthee, de 49 anos, professor de matemática da Unicamp, e a esposa Bebina mantêm contato com os parentes e pedem ajuda para as vítimas
O professor de matemática da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Mahendra Prasad Panthee ( Dominique Torquato/ AAN)
A notícia do terremoto que vitimou mais de 4 mil pessoas no Nepal e que arrasou grande parte da capital do país, Katmandu, no sábado (25), abalou o mundo e deixou aflito aqueles que estão longe de sua terra natal. Mahendra Prasad Panthee, de 49 anos, professor de matemática da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a esposa Bebina acordaram no dia 25 com a notícia da tragédia, e desde então mantém contato com os parentes. O professor é um dos envolvidos na elaboração de site que pedirá ajuda ao povo nepalês através da embaixada do país, em Brasília.Vivendo em tendas assim como milhares de nepaleses, aflitos por não poderem passar a noite em suas casas, com medo de novos tremores, os parentes de Mahendra e da esposa relatam que já está faltando água e alimento para os desabrigados. Suas casas estão com rachaduras, mas apesar disso os familiares não sofreram ferimentos durante o tremor que atingiu 7,8 graus de magnitude. "Eles nos relatam que a água das casas começam a acabar, pois com os tremores milhares de tubulações foram danificadas. Para os moradores de áreas mais afastadas de Katmandu, predominantemente de montanhas, o acesso de mantimentos é precário" , contou o professor. Segundo ele, a notícia do desastre natural foi recebida logo na manhã de sábado. "No sábado, ao acordamos já tivemos a notícia e ficamos apreensivos, com o coração muito pesado. Ligamos e não conseguíamos falar com ninguém e a tensão aumentava. Somente depois de 1 hora conseguimos falar com os parentes. Temos vizinhos que morreram. Meus pais e irmãos estão bem, mas como a casa está ‘partida’ eles são obrigados a dormirem em tendas", relatou. Diversas fotos mandadas pelos familiares revelam o estado precário em que está vivendo a maioria da população. Na segunda (27) pela manhã os parentes de Mahendra relataram que houve um novo tremor (foram mais de 90 desde o sismo principal), e com a chuva que caiu durante toda a madrugada a situação das famílias que estão ao relento se tornou ainda mais dramática.Mahendra e a esposa vivem em Campinas há dois anos, tempo em que o professor leciona no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp. O casal tem filhos e antes de se instalarem em Campinas Mahendra estudou em Portugal e Inglaterra. Como tem contato com funcionários da embaixada do Nepal no Brasil, Mahendra e outros amigos nepaleses que vivem no Brasil articulam, desde domingo, a criação de um site específico para angariar fundos ao país. "Estamos coordenando com a nossa embaixada em Brasília uma maneira de ajudar o povo nepalês. Entrei em contato com um amigo no Rio de Janeiro e com uma pessoa na embaixada, em Brasília. Estou auxiliando na tradução de informações que vão abastecer esse canal".No final da tarde, a embaixada divulgou no site, através canal "Sobre a Missão" , informações sobre o terremoto e uma conta bancária criada para que brasileiros colaborem financeiramente com a população atingida. "As telecomunicações e o sistema de fornecimento de energia no Nepal foram gravemente danificadas. Apesar de todas as dificuldades, a Embaixada vai tentar o seu melhor para prestar toda a assistência possível para as famílias afetadas" , publicou a Embaixada.SERVIÇOA embaixada do Nepal no Brasil disponibiliza a seguinte conta bancária para envio de ajudaAgência Banco do Brasil: 16063 - Conta: 84174-9O e-mail: embaixadanepal@gmail.com <mailto:embaixadanepal@gmail.com>Embaixada do Brasil em Katmandu:Telefone: 977-1-4721462 / 977-1-4721463O e-mail: brasebm.katmandu@itamaraty.com.br