ANIVERSÁRIO EM GRANDE ESTILO

Tradicional Café Regina chega a sete décadas de história em Campinas

Ponto é endereço obrigatório para os candidatos a eleições que passam por Campinas

Ronnie Romanini/ [email protected]
20/09/2022 às 14:52.
Atualizado em 20/09/2022 às 14:52
O Café Regina publicou em suas redes sociais uma promoção de aniversário: a cada R$ 3,00 consumidos, o cliente ganha um café de coador para tomar no mesmo dia e celebrar a data (Rodrigo Zanotto)

O Café Regina publicou em suas redes sociais uma promoção de aniversário: a cada R$ 3,00 consumidos, o cliente ganha um café de coador para tomar no mesmo dia e celebrar a data (Rodrigo Zanotto)

Um tradicional ponto para tomar um café de qualidade, coado em coador de pano, e local de debates sobre infindáveis temas relevantes à cidade de Campinas, o Café Regina completa nesta terça-feira (20) 70 anos de idade. A data exata da inauguração do Café, um patrimônio da história de Campinas, é incerta. O que se sabe é que a fundação foi em 1952. No dia 20 de setembro de 1984, depois de três donos anteriores, Jorge Francisco Vaz assumiu o comércio, que continua sob o seu comando e da sua família. Com isso, todo dia 20 de setembro o aniversário é comemorado. Este ano, comemora-se os 70 anos desde a inauguração e os 38 anos de Jorge como administrador do negócio.

Em época de eleição, como a que temos este ano, o Café Regina, tradicionalmente, recebe postulantes aos mais diversos cargos. Passaram pelo local pessoas como Marina Silva, Aloizio Mercadante, Geraldo Alckmin, José Serra, entre tantos outros. Da política local, não há quem não conheça ou tenha tomado o tradicional café, que goza de ótima reputação - a ponto de os assíduos frequentadores elegerem a bebida como o principal chamariz do comércio, ao lado, é claro, dos diálogos construtivos e multitemáticos com os amigos e personalidades.

Durante um processo eleitoral com temperatura elevada, como a de agora, não há como o papo ser outro. Invariavelmente, as conversas sobre política aparecem, mas com o respeito sendo parte preponderante do debate.

"A resenha continua. É Bolsonaro ou Lula. Eu fico na minha e não tomo partido. O voto é secreto, então, não levanto bandeira de A nem de B para não me indispor. Tem tiração de sarro, mas o pessoal conversa com respeito. Estamos acompanhando por aí, nos vídeos, que as pessoas estão se agredindo por causa da política. Mas aqui não é o caso. Isso não leva a nada. A gente quer o melhor (para o país), sendo um ou outro", contou Jorge Francisco Vaz, proprietário há quase quatro décadas.

Queda e recuperação 

A pandemia de covid-19 afetou diversos estabelecimentos e o Café Regina não foi a exceção à regra. De acordo com a gerente Isabella Bitencourt Vaz, filha de Jorge, durante um certo período, as vendas giravam em torno de 15 a 20% do normal. Dois anos e meio depois, ainda não foi possível recuperar o volume de antes da pandemia, mas a melhora foi considerável, sendo que, agora, as vendas são entre 80 a 85% do que eram registradas antes.

Todo mês o Café Regina vende entre 10 a 12 mil do produto mais tradicional, o café coado no coador de pano. Embora ainda seja o preferido, nos últimos anos outras opções foram incluídas no cardápio para contemplar gostos distintos, como o cappuccino, espresso, drinks com café e até opções refrescantes, como capuccino gelado e café com sorvete.

Além das bebidas, destacamse também, na opinião dos consumidores, os bolos, os pastéis - receita de mais de 60 anos do pai de Jorge - e o bolinho de chuva de "Minas". Minas Gerais, inclusive, é a terra natal de Jorge, nascido na cidade de Muriaé. Ele veio a Campinas em 1974 e hoje detém o título de Cidadão Campineiro.

Funcionárias mostram as delícias que são servidas para acompanhar o cafezinho de coador (Rodrigo Zanotto)

Funcionárias mostram as delícias que são servidas para acompanhar o cafezinho de coador (Rodrigo Zanotto)

Relação com o jornalismo

Dentre tantas histórias, Jorge contou um fato envolvendo um grande jornalista da história de Campinas, considerado o mais relevante na área esportiva: Brasil de Oliveira. Segundo Jorge, 'Brasa', por vezes, pedia para usar o telefone do Café Regina para passar as notícias aos grandes jornais em que ele escrevia.

uma sumidade. Ele pedia para usar o telefone e dizia que depois me pagaria a ligação, mas eu falava que não precisava. Ia atendendo o pessoal e, de vez em quando, pescava alguma coisa. Até o dia em que ouvi sobre a demissão de um técnico do Guarani. Dizia aos meus amigos que chegavam 'olha, o Guarani está mandando o técnico embora, está contratando outro' e eles 'mas como você sabe?', eu então dizia que tinha minhas fontes e apostava um café (risos). São muitas histórias interessantes, também com o pessoal da Ponte Preta." 

Satisfação dos clientes

O Café Regina publicou em suas redes sociais uma promoção de aniversário e chamou a atenção os comentários feitos pelos clientes. Uma frequentadora, por exemplo, descreveu que o Café Regina "tem cheiro de infância, de lembranças doces do meu avô e da minha sogra que já não estão mais aqui".

Ela segue relembrando acontecimentos, contando que foi a primeira vez até o Café com oito anos de idade e que por lá tomou o primeiro chocolate quente da sua vida. Outra cliente destacou a tradição passada de geração a geração. "Aprendi, há muitos anos, com a minha mamãe e minhas tias a tomar café aí. Hoje, ensinei as minhas netas e elas não deixam de ir comer bolo todas as vezes que saem comigo. Assim, nós vamos passando avante essa linda história desse café que tanto amamos (...) somos gratos por tantos anos de dedicação, dos funcionários aos proprietários".

Em comemoração aos 70 anos, hoje o Café Regina está com uma promoção para os clientes que consumirem qualquer produto no balcão (com exceção de cigarro, charutaria, bomboniere e nos pedidos delivery). A cada R$ 3,00 consumidos, o cliente ganha um café de coador para tomar no mesmo dia e celebrar a data especial.

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