Touro da Norte-Sul é apelidado o 'rei' da Mackenzie

%ds_matia_assun% %ds_matia_titlo% O touro que assustou pedestres e motoristas no último domingo na Avenida José de Souza Campos (Norte-Sul), no bairro Nova Campinas, “descansa” sem dono no Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal da Prefeitura, na Vila Boa Vista, onde ganhou o apelido de Rei da Mackenzie. Segundo a Administração Municipal, o nome veio da grande probabilidade de ele ter saído da região da Avenida Mackenzie, que possui propriedades rurais, algumas com cercas frágeis. Percorrendo o possível trajeto, a reportagem apurou que o animal tem grandes chances de ter saído de um terreno perto da Decathlon, uma caminhada de quase seis quilômetros. Frentistas de postos de combustíveis das avenidas Engenheiro Carlos Stevenson e Jesuíno Marcondes confirmaram a passagem do touro pela via por volta das 16h. “Desceu na contramão, deu trabalho na pracinha e voltou”, conta Paulo Alexandrino, de 39 anos, que trabalha no posto da Stevenson. Na Marcondes, altura da Rua Augusto Cesar de Andrade, a testemunha do trajeto foi Jeferson Cristiano Penteado, 37 anos. “Eu vi ele passando aqui. Foi a primeira vez que vi um animal por aqui”, comenta. O agente de manutenção geral José de Souza, de 50 anos, que trabalha e mora na Mackenzie, descarta a possibilidade de ter vindo de propriedades ao longo da avenida por conta dos alambrados reforçados. “Antes era direto (animal na via), mas quando saía já avisava.” O catador Ginal Ribeiro Silva, de 36 anos, sugere um local suspeito no início da Estrada Municipal CAM 010, que tem acesso pela avenida.   “Dois a três meses atrás vi um animal perto da fazenda ali de cima que é só de cerca”, lembra. No ponto sugerido, a reportagem encontrou cercas de arame farpado sem falhas, mas uma porteira tinha uma grande abertura mesmo trancada. O autônomo Marcos Marcelo Betti, de 42 anos, que tem um quiosque na Mackenzie, confessa ter visto um bovino solto de sábado para domingo passado, mas era uma novilha nelore, que também não teve o dono encontrado. “O pessoal do pasto em frente colocou ela para dentro com ajuda de um cavalo por medo de acidente”, relata. Para um controlador de acesso em condomínio da Mackenzie, o animal deve ter saído da propriedade “na curva da Decathlon”. Na área indicada, a reportagem checou que há uma abertura na cerca, assim como um trecho em que o arame está frouxo. Outros pontos suspeitos são terrenos dos dois lados da Avenida Iguatemi, próximo ao acesso à Rodovia D. Pedro I, os quais são cercados por mourões e arame farpado, inclusive um deles com abertura onde comumente passam pedestres. Segundo a Prefeitura, o touro é da raça nelore, originária da Índia e considerada uma das mais nobres e caras. Com cerca de três anos, o touro deu muito trabalho para a equipe de salvamento e chegou muito estressado ao Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, porém sem ferimentos. A Administração afirma que o Rei da Mackenzie está em um ambiente amplo, reservado para animais do mesmo porte e recebendo os cuidados necessários. Para a Prefeitura, o proprietário do touro só não apareceu por medo de represálias, mas caso deseje retirá-lo será necessário desembolsar R$ 160 pela taxa de captura mais R$ 90 por dia de estadia do animal. A expectativa é que ele seja adotado, no entanto, isso pode ser feito apenas por organizações não governamentais. Caso não haja adoção nem retirada pelo responsável, a Administração garante que ele não será sacrificado, permanecendo no espaço onde está hoje até o fim da vida.