CAMPINAS

Tombamento do prédio da ACL será avaliado

Condepaac avaliará a importância histórica do local e também a cultural da Feira de Artesanato

Maria Teresa Costa
23/05/2014 às 18:06.
Atualizado em 24/04/2022 às 13:01

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) vai iniciar estudos para avaliar a importância histórica, arquitetônica e cultural de dois sobrados no Centro, da Academia Campinense de Letras (ACL) e da Feira de Arte, Artesanato, Antiguidades, Quitutes & Esotéricos do Centro de Convivência Cultural e decidir se serão elevados à categoria de patrimônio de Campinas. A decisão de abrir processo de tombamento desses bens foi publicada nesta sexta-feira (23) no Diário Oficial do Município e até que haja deliberação do conselho, eles não poderão ser alterados sem autorização prévia do Condepacc. O estudo em relação à feira de artesanato, também chamada de feira hippie, está sendo iniciado a pedido dos expositores, que querem tornar o espaço um patrimônio imaterial de Campinas para que seja reconhecida sua importância cultural, parte da história, da memória e um bem imaterial de Campinas. Se for aprovado, a Prefeitura terá que incentivar e proteger a feira, para que nunca se acabe. 40 anos Nessa categoria de preservação já estão incluídos em Campinas o nome Aeroporto Internacional de Viracopos, a capoeira e o Jongo do Sudeste. A feira tem mais de 40 anos. Tem história, é o espaço turístico mais conhecido da cidade e se mantém pelo esforço dos artesãos. A feira passou por vários espaços durante sua existência. Começou no Largo do Rosário, passou pelo Largo das Andorinhas, Jardim Carlos Gomes e está no Centro de Convivência desde o início dos anos 1990. O pedido de reconhecimento da feira como patrimônio da cidade foi feito pela Comissão dos Artesãos do Centro de Convivência, a Associação dos Artesãos de Campinas, Associação dos Antiquários de Campinas e o deputado federal Gustavo Petta (PC do B). Diferente do tombamento de um bem material, onde uma edificação recebe o status de patrimônio e tem que ser conservada e preservada, o registro de um bem imaterial preserva cultura, memória, identidade. São bens culturais relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Prédio da ACL O prédio da Academia Campinense de Letra, prestes a se tornar patrimônio da cidade, foi construído seguindo a arquitetura grega, do estilo dórico. Aqui existe uma importante biblioteca com mais de 4 mil volumes entre livros, revistas e periódicos. A academia foi criada em 1956, por iniciativa do então secretário municipal de educação e cultura, Francisco Ribeiro Sampaio.. A sessão de posse e instalação ocorreu a 22 de novembro do mesmo ano, e o próprio Sampaio foi eleito presidente. Durante anos, os acadêmicos, sem sede própria, se reuniam no consultório médico do acadêmico presidente Lycurgo de Castro Santos Filho. Em 1963, após negociarem o terreno doado pela prefeitura, a academia mudou-se para sua sede própria, no Edifício Barão do Rio Branco, no centro da cidade. Todavia, com o tempo o espaço não suportava as necessidades da ACL e, em 1976, com o apoio do então prefeito municipal, Lauro Péricles, e supervisão de Lix da Cunha, foi inaugurada a nova e atual sede da Academia Campinense de Letras. Já os dois sobrados no Centro, um na Rua Barreto Leme e outro na Rua Sacramento, são dos anos 1960. Um deles abriga um sebo e o outro, um restaurante.

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