AGRESSÃO

TJ nega HC e mantém estudante apreendido

Liminar tentava beneficiar o filho do advogado José Pedro Said

Alenita Ramirez
22/09/2019 às 18:50.
Atualizado em 30/03/2022 às 11:52

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou liminar a pedido de habeas corpus que o advogado Daniel Leon Bialski impetrou em favor do filho do advogado criminalista, José Pedro Said Filho, para que seu cliente não fique apreendido em uma Fundação Casa enquanto o caso não seja julgado. Apesar de a liminar ter sido negada, o habeas corpus ainda não foi julgado, o que deve acontecer em até 30 dias. Os advogados podem recorrer junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Caso fosse acatado, o benefício seria estendido para os outros dois garotos. Os adolescentes, todos de 17 anos, são suspeitos de fazerem uma emboscada e agredirem um estudante da mesma idade no último dia 2, nas proximidades do Clube Hípica de Campinas. Eles foram internados por um período provisório de 45 dias, conforme determinação do juiz Nelson Augusto Bernardes. O filho do advogado criminalista, José Pedro Said Filho está em uma unidade separada dos outros dois. Imagens são claras Na última sexta-feira, o Correio Popular divulgou, em primeira mão, imagens que mostram como o caso aconteceu. O fato foi por volta das 19h quando a vítima seguia para a academia. Os três garotos já esperavam o estudante na calçada da casa dele. As imagens mostraram quando o pai chega com o carro e os jovens desembarcam e seguem até o portão social do imóvel. O carro sai e segue em frente. Depois volta e passa pelos garotos que ainda esperam a vítima. Quando a vítima sai de sua casa, um dos agressores segue até o portão e fica de pé, como que querendo impedir que o estudante voltasse para dentro. Em dado momento começa a agressão. A vítima corre, atravessa a rua. Os três vão atrás. Neste momento o carro do pai volta, reduz a velocidade e passa a acompanhar o grupo. Em outro ângulo, aparecem os garotos correndo e um deles cai. A agressão continua. O pai aparece e puxa um dos garotos. A vítima consegue escapar e corre até o portão da Hípica, onde pede socorro. As câmeras ainda mostram, em outro ângulo, o pai quando para com o carro e espera os três entrarem no veículo. A casa do estudante fica a cerca de 200 metros da portaria do clube. Abertura de inquérito contra advogado O Ministério Público determinou que fosse aberto inquérito policial para investigar a suposta participação do advogado José Pedro Said Filho. Desde o início, quando o caso foi divulgado, Said fez uma carta pública na qual se defende e afirma que não participou da agressão, mas admitiu que levou o filho e os amigos para conversarem com a vítima, uma vez que tinham combinado por WhatsApp o encontro. Ele também disse que voltou ao local por intuito paterno e que ofereceu ajuda à vítima, que teria se recusado e correu.

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