Inaugurado há quase dez anos, o Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira, em Campinas, se tornou estratégico para 75 mil usuários que, diariamente, embarcam em linhas intermunicipais ou locais do transporte público
Plataforma com banco faltando no Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira (Leandro Ferreira)
Inaugurado há quase dez anos, o Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira, em Campinas, se tornou estratégico para 75 mil usuários que, diariamente, embarcam em linhas intermunicipais ou locais do transporte público. Anexo à Rodoviária, o espaço se notabilizou, no final da década passada, como uma referência em funcionalidade. Depois de uma década, no entanto, o cenário é bem diferente. Luzes queimadas, bancos arrancados, banheiros imundos, vazamentos, piso encardido. A administração do terminal é responsabilidade da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). Os serviços de manutenção são executados por um consórcio contratado, que já foi notificado da situação. A crise econômica que se arrasta também contribuiu para a paisagem agressiva. Dezenas de trabalhadores informais tomam as plataformas de embarque e acessos, vendendo de tudo: de garrafas d’água a chip de celular, de salgadinhos a balas. É um autêntico mercado popular, com consumidores disputados aos berros, e as banquinhas montadas de improviso pelos cantos. No túnel de pedestres — ligação de 35 metros entre o terminal e a Rua Dr. Ricardo — moradores de rua dormem enrolados em cobertores, espalhados pelo chão. Os próprios usuários do terminal jogam lixo no chão. Indignação A situação incomoda as pessoas que passam diariamente pelo local. Gente como o administrador de empresas Luiz Odair Visentini, de 65 anos, usuário de uma linha municipal que parte do terminal e leva passageiros ao distrito de Sousas. "No banheiro masculino, falta até papel higiênico. O chão fica alagado por conta dos vazamentos e o cheiro é insuportável", diz. Ele reclama também da manutenção precária das plataformas de embarque. Em diversos pontos, fala, os assentos foram arrancados, e permanece à mostra apenas a estrutura de ferro dos bancos. Além disso, diz, a sujeira por todo o terminal é de espantar. O piso original, de bloquetes vermelhos intertravados, vai escurecendo: "Pelo jeito nunca foram lavados." O aposentado Jurandir Gomes, de 74 anos, se tornou usuário do Terminal Metropolitano há três meses, quando se mudou de Campinas para Monte Mor. E ele não gosta nem um pouco do que vê todos os dias. "É simplesmente impossível usar o banheiro. Todos os dias daquele jeito: imundo, fedendo", reclama. Na plataforma de embarque das linhas que servem Sumaré, por exemplo, diversos passageiros esperavam ônibus de pé na última quarta-feira. É que foram arrancados assentos que estavam afixados à base metálica do banco. É uma cena comum em todo o terminal. Cada estrutura original permite quatro assentos afixados. Em diversos pontos, restam apenas um ou dois. Administração reconhece problemas pontuais no local A administração do Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira, foi procurada na quarta-feira pela reportagem, reconheceu que existem problemas pontuais no espaço, decorrentes principalmente do movimento intenso de passageiros. A direção da EMTU informou, em nota oficial, que os serviços de manutenção e limpeza são executados pelo consórcio BUS+, contratado para tal finalidade. De acordo com a direção da estatal, o consórcio tem até o final do mês para regularizar a manutenção. Se não o fizer, terá de arcar com as multas previstas em contrato.