Local deixará de ser apenas ponto de ônibus para receber 27 linhas e 47 mil pessoas
No momento, o BRT Campo Grande está sendo pouco utilizado, funcionando somente como um ponto de parada para ônibus na Avenida John Boyd Dunlop, mas deve passar a operar como terminal neste final de semana (Gustavo Tilio)
A primeira grande estrutura do sistema BRT em Campinas — cujas obras tiveram início em 2017 — deve entrar efetivamente em operação no próximo sábado: o Terminal BRT Campo Grande deixará de ser apenas uma parada de ônibus para receber todas as 27 linhas de transporte urbano e 47 mil passageiros que utilizam hoje o Terminal Campo Grande, no Parque Valença, que será desativado.
Esta será a próxima grande mudança que ocorrerá no sistema de transporte de Campinas após a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) limitar o acesso ao Terminal Central com a instalação de catracas.
O Terminal Campo Grande, no Parque Valença, vai encerrar as atividades e as operações serão transferidas para o Jardim Nova Esperança, no chamado Terminal BRT Campo Grande. Apesar de a população já estar sendo informada de que a mudança ocorrerá no próximo sábado, a Emdec ainda não deu detalhes sobre o fato.
"Com qualquer pessoa que você conversa aqui, vai ser no sábado. Motoristas, amarelinhos, pessoal que trabalha no terminal, todo mundo que usa os ônibus fala a mesma coisa. Eu mesma já tinha certeza que seria no sábado e você está me contando que a Emdec não disse nada", afirmou a vendedora Ana Alice da Silva, de 29 anos.
O atual terminal, no qual circulam cerca de 47 mil pessoas por dia, já não comporta todos os usuários. Então, diariamente, é possível ver filas que se misturam, dificuldade de atravessar o espaço, além de falta de estrutura para os próprios ônibus, que ficam estacionados fora do local enquanto aguardam o início das corridas. Além disso, a população tem apenas um único espaço para esperar os ônibus chegarem e saírem - que fica no meio do terminal.
"Aqui é bem pequeno mesmo e no horário de pico é aquela bagunça. Como a gente mora aqui, conseguimos saber qual fila é qual, mas uma pessoa que vem de fora terá dificuldades para saber onde entrar para pegar o ônibus. O espaço aqui é limitado e a mudança para o novo terminal será uma coisa boa", disse o revendedor de carros Augusto Aparecido dos Santos, de 33 anos.
O Terminal BRT Campo Grande foi ativado em dezembro de 2020, mas nunca funcionou propriamente como um terminal, mas apenas como mais uma parada de ônibus da Avenida John Boyd Dunlop. Agora, já é possível ver obras como a instalação de catracas na entrada — o terminal é chamado de "fechado" — onde a população paga na catraca instalada na entrada e entra nos ônibus pela porta do meio.
O Terminal BRT Campo Grande tem área total de 30 mil metros quadrados e conta com cinco plataformas integradas de embarque e desembarque de passageiros. Ele vai abranger 27 linhas de ônibus do transporte coletivo urbano da região da Avenida John Boyd Dunlop.
As plataformas destinadas aos veículos BRT contam com fechamento em vidro laminado duplo, portas automáticas, catracas eletrônicas de acesso e semáforos externos para orientação da parada do ônibus na plataforma. Com a ativação das plataformas, os veículos BRT operarão em sincronia com as portas automáticas.
A Emdec foi procurada e informou que, no momento, o foco é a nova forma de operação do Terminal Central e a limitação do acesso apenas aos usuários do transporte coletivo. "Quando houver novidades sobre o Terminal Campo Grande, elas serão amplamente divulgadas", informou a nota oficial da Emdec.
Atualmente, a Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura de Campinas projeta entregar as obras do BRT 100% concluídas no final do próximo ano. A Administração rompeu o contrato com o consórcio que seria responsável pela conclusão das obras do lote 4 do sistema BRT. O lote 4, que compõe o Corredor Ouro Verde do BRT, abrange as Avenidas João Jorge, Amoreiras, Piracicaba, Ruy Rodriguez e Camucim até o bairro Vida Nova, totalizando 14,6 quilômetros.
Na John Boyd Dunlop, será iniciada a construções de dois viadutos: um na altura da Avenida Transamazônica (55 metros de extensão) e outro na altura da Rodovia dos Bandeirantes (150 metros de extensão). A previsão é que sejam entregues até outubro do próximo ano.