No último dia, integrantes de chapas bateram boca e trocaram acusações
Guardas municipais escoltam mesário com urna escondida dentro da blusa no Hospital Mário Gatti (Camila Moreira/AAN )
O último dia de eleição para a escolha do novo comando do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas foi de tensão e bate-boca. Durante todo o dia, integrantes das chapas que disputaram o pleito ficaram atentos para evitar alguma fraude ou irregularidade que pudesse cancelar o processo eleitoral. A última urna, instalada no Hospital Dr. Mário Gatti, foi fechada por volta das 21h, acompanhada pelos integrantes das chapas. A apuração dos votos seguiu durante a madrugada e deve ser divulgada hoje.
Os servidores públicos que disputam com a atual diretoria acusam os sindicalistas de tentarem fazer pressão sobre os concorrentes. Eles acusam os diretores do sindicato de contratar pessoas de fora para encorpar a chapa e seguranças para intimidar os adversários. Por outro lado, a chapa número 2, ligada ao PSOL e PSTU, é acusada de trazer para a campanha estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para fortalecer o grupo. Uma das integrantes dessa chapa, Fernanda Lisboa, admite que houve apoio dos partidos. “São militantes de esquerda. Temos apoio de pessoas que têm identidade com a luta da esquerda”.
Durante a tarde de ontem, desentendimentos entre as chapas fizeram com que pelo menos duas urnas itinerantes — que são levadas até os postos de trabalho dos servidores — ficassem duas horas paradas. Teve servidor que chegou a sair do carro onde a urna era transportada — elas foram acompanhadas por um fiscal de cada chapa, além do motorista — e se recusou a continuar o processo de votação. Outro relato é que um integrante da chapa 1, ligada aos sindicalistas, teria descido do carro para entrar em um fórum e demorou mais de duas horas para sair de lá. Os integrantes das chapas de oposição acusam a atual diretoria de tentar boicotar a votação em determinados locais onde a concorrência seria mais forte e arrecadaria mais votos.
A reportagem não conseguiu até o final desta edição contato com a atual diretoria.