Corpo de Bombeiros registrou a média de sete focos de incêndio por dia no mês de agosto
Queimada às margens da Estrada da Rhodia, em Barão Geraldo (Dominique Torquato/01set2013/AAN)
O Corpo de Bombeiros registrou 198 focos de incêndio em Campinas apenas no mês de agosto. O período de seca e a baixa umidade do ar têm agravado a situação na cidade, que viu aumentar em 45% o número de ocorrências em relação ao mesmo período do ano passado.Para evitar possíveis novos focos de incêndio, especialmente na época da estiagem, as defesas civis das cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) realizam um operação integrada em áreas onde há maior número de queimadas. De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil, Sidnei Furtado, os incêndios, em sua maioria, são provocados pela ação do homem, portanto, podem ser evitados.Os bombeiros de Campinas registraram média de sete ocorrências por dia em agosto. Dos 198 focos de incêndio, 86 foram em terrenos baldios, e em 112 o fogo atingiu áreas de vegetação. Neste ano, agosto só perde para os casos registrados em maio, com 241 focos de incêndios (114 em terrenos baldios e 127 em vegetação), mas no comparativo com maio de 2012 o aumento foi de 14%.Grande parte das ocorrências nas áreas urbanas é causada durante a limpeza de terrenos ou a queima de lixo, apontou o Corpo de Bombeiros.Para conscientizar a população sobre os riscos de causar incêndios, especialmente no período de seca, as defesas civis das cidades da RMC realizam ações de conscientização. Ontem, técnicos visitaram uma área de vegetação na cidade de Nova Odessa, onde há ocorrências frequentes de queimadas. “Essencialmente, os focos são provocados, não são espontâneos. Naquele local que visitamos é onde o pessoal joga lixo e ateia fogo”, disse Furtado.A operação integrada envolve, além das defesas civis, o Corpo de Bombeiros e setores de fiscalização das prefeituras. “Tem dado um resultado bastante favorável e esperamos que as pessoas se conscientizem.”A ação já visitou áreas em dez cidades da RMC. Hoje pela manhã, equipes da Defesa Civil estarão em Joquim Egídio, onde na semana passada um incêndio destruiu uma grande área de preservação. Na semana que vem será a vez de Monte Mor receber os técnicos. Enquanto o clima permanecer seco e sem chuvas, a Defesa Civil está em alerta.A baixa umidade também traz um alerta à saúde. De acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp, a incidência de raios ultravioletas tem alcançado níveis extremos, principalmente no início da tarde, quando os cuidados com a pele devem ser redobrados. Calor continuaDe acordo com o sistema de meteorologia do Cepagri, o sol predomina em toda a região de Campinas e não há expectativa de chuva até o fim de semana. As temperaturas seguem altas. A máxima registrada ontem foi de 31,3 graus, e quase se igualou ao dia mais quente neste Inverno, em agosto, quando os termômetros chegaram aos 32 graus. A temperatura só cai durante a madrugada e início da manhã, com mínimas de 16 graus, mas a tarde será de muito calor e tempo seco. Isso porque a umidade relativa do ar está abaixo dos 30%, por isso, 12 cidades da RMC estão em estado de atenção.Especialistas recomendam cuidados especiais para manter o bem-estar, mesmo durante os dias secos. Além do uso de protetor solar e roupas leves, em casa recomenda-se o uso de umidificadores de ar, que podem ser substituídos por bacias com água ou toalhas molhadas.