TEMPORAL NA RMC

Tempestade desabriga 100 famílias em Sumaré

Forte chuva atingiu outras cidades e colocou Campinas em Estado de Atenção

Da Redação
30/11/2023 às 08:58.
Atualizado em 30/11/2023 às 08:59
Cheia no Ribeirão Quilombo causou pontos de alagamento no Jardim Primavera (foto) e em diversos outros bairros de Sumaré; Prefeitura adotou força-tarefa para atender a população atingida (Rodrigo Zanotto)

Cheia no Ribeirão Quilombo causou pontos de alagamento no Jardim Primavera (foto) e em diversos outros bairros de Sumaré; Prefeitura adotou força-tarefa para atender a população atingida (Rodrigo Zanotto)

A chuva intensa que atingiu a Região Metropolitana de Campinas (RMC) na terça-feira causou o desabrigamento de 100 famílias no bairro Três Pontes, em Sumaré, e colocou Campinas em Estado de Atenção. Segundo a Defesa Civil de Sumaré, as famílias desabrigadas foram encaminhadas ao salão paroquial do bairro. Considerando também a chuva de quarta-feira (29), Sumaré registrou cheias nos ribeirões Quilombo e Jacuba e alguns pontos de alagamento.

Mais de 400 casas dos bairros Vila Diva, Jardim Maria Antônia, Jardim Dulce, Assentamento Três Pontes, Jardim São Domingos, Jardim Primavera, Jardim Rosa e Silva e Jardim Basilicata foram afetadas. Foram disponibilizados pontos para abrigar as famílias atingidas, porém a Administração informou que a maior parte preferiu ir para a casas de parentes e amigos até a situação ser resolvida.

Em 72 horas, choveu 104 mm em Sumaré. O prefeito Luiz Dalben afirmou que a Defesa Civil fará a vistoria das residências conforme as águas forem baixando. O intuito é conseguir liberar o retorno ao lar.

"Apesar de todos os trabalhos preventivos, coordenados pelo nosso Comitê de Gestão de Crise da Defesa Civil, que realizamos o ano todo, o grande volume de água, em um curto espaço de tempo, infelizmente causou grandes transtornos para a população das áreas ribeirinhas. Não temos como controlar as forças da natureza, mas estamos sempre alertas e de prontidão 24 horas por dia. Por isso, uma força tarefa envolvendo nossas secretarias municipais realiza o atendimento aos moradores afetados. Nossa prioridade é sempre proteger a população.” 

CAMPINAS

Em Campinas, o Estado de Atenção, decretado quando o volume de chuva ultrapassa os 80 milímetros acumulados, foi definido após o índice pluviométrico, que mede chuvas acumuladas, atingir 103,1 mm em 72 horas na manhã de quarta-feira (29). Quando o volume de chuva ultrapassa esse índice, o risco de alagamentos, quedas de árvores, deslizamentos e quedas de muros aumenta muito. A saturação do solo pelo grande volume de água acumulada amplia os riscos de deslizamento de terra e desabamento de imóvel, portanto a Defesa Civil, em vistoria, pode realizar interdições preventivas.

A Defesa Civil registrou 27 ocorrências, entre elas alagamento em 12 imóveis e 13 quedas de árvores e galhos. Também houve registro de alagamento e erosão em via pública e risco de queda de muro. A região Leste foi a mais atingida com 13 ocorrências, seguida pela região Sudoeste (sete ocorrências). Os registros aconteceram entre 18h57 de terçafeira e 4h34 de quarta-feira (29). Das 13 ocorrências de quedas de árvores, ao menos cinco foram resolvidas com a liberação da via pela Secretaria de Serviços Públicos que mantém oito equipes trabalhando continuamente. As equipes cortam as árvores e liberam as ruas, depois retiram a galharia.

Na terça-feira e quarta-feira, a Empresa de Desenvolvimento Municipal de Campinas (Emdec) ativou a Operação Contrafluxo na Rua Coronel Quirino com Expressa Waldemar Paschoal. Veículos não puderam descer a Rua General Marcondes Salgado, onde um homem morreu em dezembro do ano passado após ter o carro atingido por uma árvore, e tiveram de desviar pela Avenida Moraes Sales. A pista interna da Avenida Heitor Penteado, no entorno da Lagoa do Taquaral, também foi fechada na quarta-feira (29).

A previsão para esta quinta-feira é que o tempo permaneça instável e com tempestades no período da tarde, de acordo com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

NOVA ODESSA

As fortes chuvas que caem nas cidades da bacia do Ribeirão Quilombo (Campinas, Paulínia, Sumaré e Hortolândia) elevaram em 1,7 metro o nível do ribeirão em Nova Odessa. O governo local colocou em ação o Plano de Contingência, que envolve vários setores municipais e até outras cidades. A Defesa Civil local auxiliou durante todo o dia de quarta-feira (29) moradores dos bairros ribeirinhos, como Jd. São Jorge e Flórida. Até a tarde de quarta-feira (29) não havia desabrigados.

O Plano de Contingência trabalha com quatro níveis de alerta e cada um deles desencadeia uma ação específica. São os seguintes: 

✔ Nível 1 - Estado de Observação, quando chove até 80 milímetros (mm), e há um acompanhamento dos índices pluviométricos

✔ Nível 2 - Estado de Atenção, quando o índice pluviométrico fica acima de 80,1 mm e são realizadas vistorias de campo em áreas de risco

✔ Nível 3 - Estado de Alerta, com remoção preventiva da população das áreas de risco iminente indicadas pelas vistorias

✔ Nível 4 - Estado de Alerta Máximo, deflagra a remoção de toda a população que mora em áreas de risco

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