58 árvores caíram em Campinas e afetaram o abastecimento de energia elétrica em alguns pontos da cidade; em Vinhedo, ventos superaram 100 km/h
Alguns pontos permaneciam sem energia elétrica quase 24h após o temporal; chuva forte e ventania provocaram a queda de uma árvore que danificou a rede da CPFL na região do Jardim das Paineiras (Alessandro Torres)
O temporal que atingiu a Região Metropolitana de Campinas (RMC) na última quartafeira, devido à aproximação de uma frente fria, deixou um rastro de destruição que ainda estava sendo contabilizado na quinta-feira (5). O município de Vinhedo registrou ventos de mais de 100 quilômetros por hora que provocaram descarrilamento de trem, queda de postes e interdição em duas escolas. Em Campinas, outra cidade fortemente atingida pelos ventos, 58 árvores caíram, inclusive em cima de veículos. Houve destelhamentos e alguns pontos permaneciam sem energia elétrica até o início da tarde de quinta-feira (5), entre eles a Rua Nazaré Paulista, no Jardim das Paineiras.
No Aeroporto Internacional de Viracopos os ventos chegaram a 89 km/h, entre as 16h30 e 17h30. Na estação meteorológica do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, em Barão Geraldo, a velocidade do vento chegou a 28,9 km/h às 17h10. Equipes da Prefeitura de Campinas trabalhavam na quinta-feira (5) na remoção de árvores e galhos. Segundo balanço divulgado pela Defesa Civil uma das regiões mais atingidas foi o entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos e o maior índice de chuva registrado foi de 17,2 mm no Jardim das Bandeiras. Esse volume foi atingido em apenas uma hora.
A Defesa Civil de Campinas registrou a queda de 58 árvores por causa da chuva entre a tarde do dia 4 até as 8h do dia 5. Também houve oito quedas de galhos de árvores e cinco destelhamentos. As ocorrências foram distribuídas em todas as regiões da cidade. Entre os bairros, o maior número foi na região do Aeroporto de Viracopos (Jardim Paraíso de Viracopos, Parque Universitário de Viracopos, Vila Aeroporto e Jardim Aeroporto de Viracopos), que registrou quedas de árvores ou de galhos e destelhamento. Ao todo, foram 12 casos.
Entre as ocorrências pela cidade, destacam-se também a queda de uma árvore sobre um carro, mas sem vítima, na rua Dr. João Mascarenhas Neves (Jardim Novo Botafogo), além de uma queda de galho sobre outro, também sem vítima, no pátio da Escola Estadual Benevenuto Torres, na Rua Abá (Parque Universitário de Viracopos). Houve também um alagamento na Avenida John Boyd Dunlop com a Rua Hermano Penteado.
Sobre a falta de energia na Rua Nazaré Paulista, no Jardim Paineiras, a CPFL, empresa responsável pelo fornecimento em Campinas, informou que o temporal provocou a queda de uma árvore que danificou a rede da concessionária na região em que está localizada essa rua. Equipes da companhia ainda estavam trabalhando para restabelecer a energia aos clientes afetados na quinta-feira (5) à noite. Em nota, a CPFL informou que mobilizou todo o seu efetivo "para atuar na manutenção e recomposição da rede elétrica danificada por árvores de grande e médio porte que caíram durante a tempestade ou tiveram seus galhos quebrados e arremessados sobre a fiação em todo o município de Campinas" e que "a energia já foi restabelecida para a maioria dos clientes que teve o fornecimento interrompido durante o temporal".
PARA QUEM LIGAR
Em Campinas a população pode acionar o telefone 193 do Corpo de Bombeiros em caso de urgências. Quedas de árvores, destelhamento e outras ocorrências devem ser informadas à Defesa Civil pelo 199. A Defesa Civil recomenda que as pessoas não estacionem os carros embaixo de árvores.
“Estamos sob a influência de uma forte frente fria que está atingindo o Estado de São Paulo e é muito importante que a população em geral tenha um cuidado em relação às medidas a serem adotadas durante este período, especialmente em casos de alagamento. É preciso evitar trafegar em áreas alagadas ou que tradicionalmente têm a característica de alagamento. Também evitar estacionar o veículo debaixo de árvores. Durante chuva e vento, há forte tendência de queda de árvores. Em emergências graves e anormalidades, a população pode acionar os Bombeiros pelo telefone 193. A Defesa Civil também pode ser acionada, pelo 199, para vistoria preventiva em imóveis e outras ocorrências", disse diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado.
Como medida de prevenção, as pessoas podem se cadastrar no Sistema de Alerta da Defesa Civil, que envia mensagens de texto com recomendações e avisos sobre chuva, raios e temporais. O serviço é gratuito. Para se cadastrar, basta enviar um SMS para o número 40199 colocando o CEP da residência na mensagem.
VINHEDO
Segundo informações da assessoria de imprensa de Vinhedo, além do descarrilamento do trem, a cidade também contabilizou a queda de 22 árvores em vários bairros da cidade e queda de três postes. Os pontos mais afetados foram os bairros Canjaranas, Caixa D´Água, Canudos, Vista Alegre, Torres, Vila João XXIII, Nova Vinhedo e Três Irmãos.
Duas escolas foram atingidas. No Centro de Educação Infantil (CEI) Narizinho, no Residencial Joana, o temporal destelhou a unidade, que abriga crianças de até 6 anos. De acordo com informações oficiais, ninguém ficou ferido. O local atende 152 crianças. O telhado estava em fase de conclusão das obras. Após análise da Defesa Civil, o local ficará fechado por tempo indeterminado.
A outra escola afetada pelo forte temporal foi a Escola Municipal Doutor Abrahão Aun, no Bairro Nova Vinhedo, que abriga 253 alunos no período da manhã. Neste caso, a escola reabrirá parcialmente no dia 16, com funcionamento das partes não afetadas pelas chuvas. A Secretaria de Educação de Vinhedo já está em tratativa para realocar os alunos.
Outras cidades que também registraram danos provocados pelas chuvas foram Hortolândia e Indaiatuba, as duas com quedas de árvores.
PREVISÃO
Nesta sexta-feira (6) e sábado (7) o tempo deve ficar mais estável, sem condições para ocorrência de chuvas significativas. A partir de domingo, uma nova frente fria avança sobre a região e pode voltar a chover. Segundo o Cepagri, as instabilidades se intensificam no domingo e podem provocar novos temporais.
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