Segundo a meteorologia, duas frentes frias atingirão a RMC em curto período
Mesmo antes da chegada das frentes frias, muitos campineiros já estão se prevenindo para enfrentar a queda das temperaturas na cidade (Kamá Ribeiro)
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) vai passar por oscilações de temperaturas nos próximos dias por conta de duas frentes frias que estão se aproximando das cidades. Apesar disso, segundo informou o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), não há indicativos de chuvas para os próximos períodos.
O meteorologista do Cepagri, Bruno Bainy, explicou que uma frente fria está chegando do litoral, porém os ventos estão soprando de forma contrária e com intensidade maior. Porém, a partir de hoje, os ventos vão mudar de direção, o que vai favorecer a formação de nuvens e um leve aumento da Umidade Relativa do Ar (URA).
"Em escala um pouco menor e mais local, esses fatores ajudam a diminuir um pouco a temperatura. Mas o que vai contribuir mesmo para essa queda é a questão da nebulosidade, que diminui a radiação solar e evita a elevação das temperaturas nas cidades da região", explicou o meteorologista. Os termômetros registrarão queda nas máximas e mínimas, sendo 1ºC a menos na madrugada e de 5ºC a 6ºC a menos durante o dia de hoje.
Bainy explicou que a partir de hoje as temperaturas voltam a subir, chegando próximas dos 30ºC até sábado. "No domingo e segunda-feira, há indicativo que outra frente fria vai chegar e novamente as temperaturas vão cair. Porém, ao menos por enquanto, não temos sinais que haverá chuva na região ao longo dos próximos dias. Isso deve ocorrer somente no final do mês", disse.
Neste ano, a previsão é que durante o inverno, de maneira geral, haverá chuvas abaixo da média, com poucas ocorrências de precipitação no sistema, como é normal para a época do ano, e que serão agravadas pelo La Niña. Durante os 30 dias de junho, a metrópole teve apenas 15,7 mm de precipitação e três dias de chuva.
Bainy ressaltou também que as chuvas em junho aconteceram antes do dia 10 do mês, exceto uma precipitação de 1,8 mm no dia 18. "É um dos meses menos chuvosos do ano, tanto em número de dias de chuva quanto em total mensal acumulado", contou. Segundo o meteorologista, a expectativa para junho já era de chuvas abaixo da média. Bainy explica que o principal mecanismo das precipitações são as frentes frias nesta época do ano. Entretanto, tivemos apenas uma frente fria durante o período.
Além disso, essa frente fria mais continental passou entre os dias 9 e 10 de junho, causando o maior acumulado de chuva do mês. Contudo, o total ainda ficou bem abaixo daquilo que os modelos indicavam para a ocasião. Segundo dados do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacias PCJ), no mês de junho as chuvas ficaram 59,8% abaixo da média histórica em toda a bacia hidrográfica. O índice pluviométrico médio do mês passado foi de 20,14 milímetros (mm), quando o esperado eram 50,14 mm.
Operação estiagem
O número de focos de incêndio em Campinas, durante a Operação Estiagem de 2022, cresceu 20,37% somente nos dois primeiros meses da ação em comparação com mesmo período do ano passado. O balanço parcial foi divulgado pela Defesa Civil da cidade. O tempo seco tem preocupado as autoridades, pois não há previsão de chuvas pelos próximos dias e o nível do Sistema Cantareira, que abastece a região, também está em níveis abaixo do esperado.
Compreendendo o período mais seco do ano, quando aumenta o risco de focos de incêndio, doenças respiratórios e crises hídricas, a Operação Estiagem também monitora o índice de URA. Em maio e junho deste ano, Campinas entrou em estado de alerta (quando a URA registra índice entre 12% e 20%) por quatro vezes e em estado de atenção (índice de URA entre 20% e 30%) por 23 vezes.
"A população deve evitar qualquer tipo de queimada, mesmo de lixo no fundo de quintal. A fabricação, armazenamento ou soltura de balões também é crime e os munícipes que os avistarem devem acionar o Disque Denúncia pelo telefone 181", recomenda a Defesa Civil. Ao final da Operação, em 30 de setembro, o órgão vai liberar o balanço final, com os números totais de cada atividade. O trabalho inclui ações de vistoria, monitoramento, conscientização da população e treinamento para a prevenção e combate a queimadas e incêndios.