A Prefeitura de Campinas busca a tecnologia para conseguir realizar o monitoramento da movimentação de pessoas em tempo real
A Prefeitura de Campinas busca a tecnologia para conseguir realizar o monitoramento da movimentação de pessoas em tempo real, com auxílio de operadoras de celular. O objetivo é evitar as aglomerações no transporte coletivo, postos de saúde, pontos de ônibus, supermercados, filas de bancos, lotéricas e pontos de doações de alimentos para a população mais vulnerável. Estas aglomerações — identificadas pela reportagem ontem e nos últimos dez dias em diversas regiões de Campinas — batem de frente com o isolamento social que a população deve realizar sob orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para minimizar os riscos de contágio pelo coronavírus. Ontem, grandes filas sem distanciamento entre as pessoas foram flagradas pela reportagem em bancos no Jardim Londres; próximo ao balão do Castelo; na Avenida João Jorge; e em bancos e casas lotéricas do Campo Grande, próximo à Praça da Concórdia. Na semana passada, as filas gigantescas foram vistas em postos de vacinação, pontos de ônibus do transporte coletivo; em doações de cestas básicas no bairro Gleba B; em bancos e lotéricas do Campo Grande e do Campo Belo; e em supermercados de diversas regiões. Foi identificada também grande concentração de atletas e pessoas caminhando no entorno da Lagoa do Taquaral. Médicos do mundo inteiro afirmam que a proximidade entre as pessoas favorece o contágio da doença e, por isso, as aglomerações colocam em risco aqueles que participam e também as pessoas que têm contato posteriormente, afinal, alguém pode estar com a Covid-19 e não ter ainda sintomas ou diagnóstico. Ofício Diante deste quadro, a Prefeitura enviou ontem um ofício à operadora de telefonia Vivo, solicitando que disponibilize acesso a uma plataforma de dados Big Data da empresa, que contém registro dos assinantes de Campinas. A medida foi anunciada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) na segunda-feira passada, quando informou também que a ideia é verificar junto a outras operadoras de celular a possibilidade de disponibilizar o mesmo serviço. Segundo Jonas, o objetivo é utilizar a plataforma para monitorar os deslocamentos das pessoas pela cidade e direcionar ações para combater a disseminação do coronavírus em pontos críticos. "O número do celular e a identidade de cada assinante seriam preservados. O que aparece na plataforma é um dado anônimo, como se fosse um código. O sigilo de cada pessoa é resguardado" , afirmou. Pela plataforma será possível visualizar se há concentração ou aumento de fluxo em algum ponto da cidade, como, por exemplo, em áreas de hospital ou centros de saúde ou em áreas comerciais, de trânsito ou de lazer, para tomar as medidas necessárias, seja na área da saúde ou da segurança. RMC tem nove óbitos confirmados Nove mortes por coronavírus foram confirmadas na Região Metropolitana de Campinas (RMC) até o início da noite de ontem. Itatiba anunciou a vítima mais recente de Covid-19: um homem de 88 anos, o primeiro na cidade. Além dele, a RMC contabilizava quatro mortes em Campinas; duas em Americana; uma em Nova Odessa e uma em Valinhos. O homem de 88 anos de Itatiba foi levado à UPA da cidade com sintomas agudos e falta de ar. Foi entubado, mas morreu no caminho até a Santa Casa. A mulher dele, de 77 anos, está com sintomas do coronavírus desde o dia 13 de março. Com a piora do quadro, foi encaminhada a um hospital de Campinas, onde está internada, recebendo oxigênio. Campinas registrou a morte de duas mulheres (71 e 91 anos) e de dois homens (62 e 86). Em Americana dois homens foram vítimas: um de 64 anos e outro de 70. As outras três mortes foram de um homem de 52 anos de Nova Odessa; um homem de 69 anos de Valinhos; e o de 88 anos de Itatiba. A RMC contabilizava 111 casos positivos: Campinas (70); Indaiatuba (11); Valinhos (7); Vinhedo (6); Americana (4); Sumaré (4); Itatiba (4); Hortolândia (3); Holambra (1); e Jaguariúna (1). Há 24 mortes em investigação em seis municípios: Sumaré (7); Valinhos (7); Indaiatuba (4); Paulínia (3); Vinhedo (2); e Pedreira (1). São Paulo registra três mortes por hora O Estado de São Paulo teve um registro recorde de novos óbitos por coronavírus ontem, chegando a 371 vítimas fatais. Desde segunda-feira, foram confirmados 67 óbitos, quase três por hora. Com 5.682 confirmações de casos da doença, 20% das cidades de São Paulo têm pelo menos uma pessoa diagnosticada. Dos 645 municípios, 121 já possuem casos de COVID-19. As mortes continuam afetando principalmente pessoas com 60 anos ou mais, somando 313 vítimas. Dentre o total de 371 mortes, 211 são homens e 160 mulheres. Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, o estado tem 17 mil exames esperando por confirmação para o coronavírus, o que, segundo o secretário, pode aumentar consideravelmente o número de casos no estado. (Das agências)