em viracopos

Taxistas protestam contra clandestinos

Os taxistas permissionários de Viracopos realizaram ontem, durante todo o dia, um protesto com faixas e cartazes para denunciar

Gilson Rei
06/07/2019 às 12:29.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:27

Os taxistas permissionários do Aeroporto Internacional de Viracopos realizaram ontem, durante todo o dia, um protesto com faixas e cartazes para denunciar a falta de fiscalização contra os motoristas clandestinos que atuam no local, também chamados de abordadores clandestinos. Uma ação popular movida pelo Sindicato dos Taxistas de Campinas está sob investigação no Ministério Público e, enquanto não há uma decisão, a situação se agrava a cada dia porque ninguém assume a fiscalização contra as ações dos clandestinos. A concorrência desleal teve início em dezembro do ano passado e o cenário é caótico na área destinada ao transporte dos taxistas em Viracopos. O clima está tenso e na última quinta-feira houve até uma agressão de um clandestino contra um taxista, devidamente registrado na Delegacia de Polícia Civil de Viracopos. Além da concorrência desleal, os taxistas alertam que as abordagens irregulares representam riscos à segurança dos passageiros que desembarcam no aeroporto e utilizam um serviço clandestino, que não identificam suas procedências. Maike Lopes, presidente da Cooperativa dos Taxistas de Viracopos (Aerocop), explicou que os passageiros buscam os serviços de transporte na área destinada aos táxis comuns e executivos, porém os abordadores agem de forma desleal chamando com gritos, ao anunciar que são das empresas de aplicativos Uber, 99 ou CabFi. Segundo Lopes, a ação é injusta com os 80 taxistas permissionários e temerária para os passageiros. “Além da concorrência desleal e irregular, é um perigo para o próprio passageiro, que acredita ser um serviço autorizado e acaba indo com um motorista que não identifica sua procedência”, comentou. Lopes afirmou que esses clandestinos descumprem as regras definidas pela Prefeitura de Campinas e que a Aerocop já procurou solução junto à gestora Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) e à Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). “Uma empurra a responsabilidade para a outra e ninguém fiscaliza”, explicou. O presidente da Aerocop sugeriu que a ABV, a Emdec e as polícias que atuam em Viracopos definam uma ação conjunta para realizar a fiscalização. “Seria a melhor forma para resolver a questão, pois ninguém quer assumir a fiscalização isoladamente”, afirmou. Vandilson Lopes, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Campinas e Região, condenou também a ação dos clandestinos. “Existe em Viracopos clandestinos que são motoristas de aplicativos banidos pelas empresas por irregularidades no uso das plataformas. Como eles não têm outras opções, fazem abordagens fora do sistema. É necessária uma fiscalização mais rígida”, disse. Segundo ele, não há um levantamento, mas estima-se que 40 abordadores atuam de forma irregular em Viracopos e que é um risco à segurança dos passageiros. “As empresas de aplicativos não se manifestam sobre o assunto e a Emdec alega que não pode fazer nada porque não tem essa atribuição”, acrescentou. Outros locais Inácio Rodrigues da Fonseca, presidente do Sindicato dos Taxistas de Campinas e Região, disse que a prática dos clandestinos é verificada também em outros locais da cidade e que algo tem que ser feito. “Os abordadores agem em Viracopos, na porta de hotéis de grande movimento, na rodoviária ramos de Azevedo e em todos os locais que realizam eventos e shows”, afirmou. Segundo Fonseca, uma ação popular movida pelo Sindicato está no Ministério Público e até o momento não houve uma conclusão. “Representantes de alguns setores já deram depoimento e aguardamos a finalização do MP sobre o caso. Enquanto isto, os taxistas sofrem com a concorrência desleal dos clandestinos e a população corre riscos ao fazer viagens sem saber a procedência dos motoristas”, finalizou. AS REAÇÕES DO CONSÓRCIO E DA EMDEC A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos informou, por nota, que “a fiscalização de transporte clandestino praticado por motoristas é de responsabilidade do órgão de trânsito municipal, no caso a Emdec. No entanto, o aeroporto realiza aviso sonoro no saguão para alertar os passageiros a não utilizarem o transporte clandestino”. A nota ainda destaca que a Lei Municipal sobre transporte de aplicativos, define que a prestação e execução do serviço estão sujeitas à autorização da Prefeitura, cabendo à Emdec o cadastramento e a fiscalização do serviço”. A Emdec informou, também por nota, que “realiza ações contínuas de fiscalização contra o transporte clandestino em todo o município, aquele que não está enquadrado em nenhuma legislação. As sanções para o transporte clandestino são multa administrativa e recolha do veículo ao Pátio Municipal. Denúncias de transporte clandestino podem ser realizadas pelo telefone 118.”

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