POLÊMICA

Taxistas preparam protesto contra o Uber neste sábado

De acordo com a direção da Associação dos Permissionários e Auxiliares de Campinas e região, já existem cerca de 300 motoristas "alternativos" transportando executivos e hóspedes de hotéis da cidade

Rogério Verzignasse
rogerio@rac.com.br
24/07/2015 às 19:34.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:31

Segundo os trabalhadores, a Socicam teria proposto cobrar R$ 100 mensais de cada veículo para deslocar um funcionário para organizar a fila ( Janaína Ribeiro/ ANN )

A polêmica do Uber, aplicativo usado para a contratação de motoristas que prestam serviços de transporte (e concorrem com os permissionários do sistema de táxis), acaba de chegar a Campinas. De acordo com a direção da Associação dos Permissionários e Auxiliares de Campinas e região, já existem cerca de 300 motoristas “alternativos” transportando executivos e hóspedes de hotéis da cidade. Entre eles, além dos que trabalham com o aplicativo, ainda há os tradicionais “clandestinos”, que são um antigo problema na cidade na briga pelos passageiros. E a classe taxista marcou para a manhã deste sábado (25) a primeira manifestação exigindo que a Prefeitura feche o cerco contra motoristas que eles consideram “ilegais”. Os taxistas locais, a exemplo do que acontece em outras grandes cidades brasileiras, se revoltam com os motoristas acionados pelo aplicativo, que cobram um preço diferenciados pelo serviço. Corre, entre os permissionários da cidade, que os “alternativos” até oferecem gorjeta ao passageiro que, pela primeira vez, recorre aos seus serviços.   A polêmica tem tido intensos desdobramentos em cidades como São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Nas duas últimas foram registrados protestos durante toda a sexta-feira. Motoristas de táxi provocaram grandes congestionamentos na orla de Copacabana, no Rio, e em importantes vias da capital mineira. Usando fitas pretas presas aos retrovisores, eles pedem que o poder público feche o cerco aos aplicativos por conta da concorrência. O presidente da associação em Campinas, Juraci Soriano de Lima, afirma que a classe está disposta a organizar passeatas e denunciar a situação à população. O encontro de hoje acontece às 10h, na Liga Campineira de Futebol, que fica em frente ao Hospital Dr. Mário Gatti. Para os taxistas regularizados, a concorrência é desleal: os “alternativos” não são obrigados a seguir as normatizações do sistema, como pagamento de taxas e respeito a pontos definidos. O cliente, fala, também põe a própria segurança em risco, embarcando em um veículo guiado por um desconhecido. Ao contrário do taxista em situação regulamentada, o cidadão que eles chamam de clandestino não sofre a marcação cerrada de agentes de trânsito com respeito à manutenção do veículo e ao respeito às regras de atuação. ApoioA categoria tem o apoio da Administração municipal. Os vereadores, por exemplo, já debatem um projeto para dar embasamento legal à fiscalização de quem não pertence ao sistema legal. O prefeito Jonas Donizette (PSB) informou ontem que recursos tecnológicos vão permitir a localização de táxis, e câmeras inteligentes, por toda a urbe, vão denunciar abordagens e movimentações suspeitas contra os profissionais do setor. “O cidadão vai se sentir mais seguro ao tomar um táxi, e o taxista estará mais protegido. Vamos aprimorar o sistema”, disse.O programa da Prefeitura, em fase final de elaboração, também vai favorecer o passageiro dos coletivos. Pelo aplicativo no celular, ele vai ter informações instantâneas sobre a localização do ônibus na linha. De acordo com o prefeito, a melhor forma de combater os casos de clandestinidade (ou os serviços informais) é oferecer para o usuário serviços funcionais, eficientes. Além de investir na segurança, a Administração desenvolve desde março a readequação completa do sistema de táxis, ordenando os motoristas de acordo com a demanda de cada região. Ontem mesmo, Jonas distribuiu certificados garantindo a permissão ao trabalho para 102 novos taxistas que estão assumindo pontos. Agora, a cidade já conta com 1.054 táxis, sendo 994 convencionais, 40 executivos e 20 acessíveis. UberO Uber oferece um serviço semelhante ao táxi tradicional, com algumas diferenças, especialmente no preço e na forma de prestação de serviço. O motorista do Uber, não integrado ao sistema regular, não enfrenta procedimentos legais, como pagamento de taxas e obrigatoriedade de se submeter a fiscalizações periódicas. Por ser alheio ao sistema formal, o aplicativo oferece preços melhores para a corrida. E o serviço é aprovado por uma grande parcela de seus muitos usuários em cidades do Brasil. O Uber fornece aos usuários veículos com condutor a preços mais acessíveis do que os táxis convencionais. A reserva é feita diretamente no celular usando a geolocalização. É preciso fazer um cadastro no site da empresa, onde é possível escolher duas opções para chamar um motorista particular. A primeira é através dos aplicativos para iPhone e Android. A segunda é no site para dispositivos móveis da Uber, acessível de qualquer celular ou tablet com navegador. Em seu site, a Uber informa que tem um serviço com nível de qualidade superior. A empresa exige, por exemplo, que seja oferecida água aos clientes em todos os carros. Dependendo do serviço selecionado, os motoristas podem também fornecer bebidas energéticas e doces.

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