coronavírus

Taxa de letalidade cai 2% na RMC

Média de casos diários também diminuiu na região nos últimos sete dias, passando a 1.019

Maria Teresa Costa
19/08/2020 às 08:03.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:28
SMCC defende uma nova postura no combate (France Press)

SMCC defende uma nova postura no combate (France Press)

A taxa de letalidade, que mede a proporção de óbitos em relação aos infectados pelo novo coronavírus, caiu 2% na Região Metropolitana de Campinas (RMC) nos últimos sete dias e registra agora 3,07%, segundo balanço do Observatório PUC-Campinas atualizado ontem. A média de casos diários em sete dias foi de 1.019, uma queda de 13,61% em relação à semana anterior. A média móvel de mortes, no entanto, aumentou — foram 26 óbitos por dia na última semana, uma variação de 3,43% em 14 dias. Especialistas consideram que variações de 15% para mais ou para menos em óbitos ou casos, indicam estabilidade na pandemia. A região chegou a 56.317 pessoas com Covid-19 nas 20 cidades e 1.729 mortes. Segundo o boletim, Holambra tem a menor letalidade na região, de 1,16%, e a maior taxa, de 5,26% é de Indaiatuba. Em Campinas, a letalidade estava em 3,74%, segundo o boletim, mas com a atualização da situação feita ontem pela Prefeitura, a cidade tem agora 24.531 casos e 901 mortes, a taxa de letalidade teve ligeira queda — está agora em 3,67%. Para o pesquisador do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp, Domenico Feliciello, a ampliação da testagem pode influenciar na queda da letalidade. O aumento proporcional de testes na população permite diagnosticar um número maior de casos, antes que se agravem, e possibilita o controle e isolamento dos comunicantes e futuros doentes, afirmou. Feliciello observa que os testes realizados na população em Campinas indicaram que são diagnosticados um em cada três casos existentes. "Nós do NEPP temos insistido neste ponto, considerando inclusive a reabertura. Esta é a estratégia que os países que conseguiram um controle melhor da pandemia utilizaram", afirmou. A melhoria da assistência, disse, é um fato que tem sido relatado, dada a maior experiência das equipes dos hospitais no tratamento dos casos. A chegada dos casos aos hospitais com menor gravidade também melhora o tratamento, com menos mortes hospitalares. "Neste caso, deveria se avaliar a letalidade de casos internados nos dois períodos", afirmou. Feliciello observa que a incidência de Covid-19 e os óbitos nos idosos em asilos poderiam diminuir na medida em que as orientações de higiene (máscara e álcool gel), além do controle de visitas e comunicantes, forem mais adequadas. "Do mesmo modo, a maior proteção aos idosos pode diminuir os óbitos em geral, já que os acima de 60 anos possuem uma mortalidade mais alta. Neste caso, o maior número de testes também ajuda, pois ao diagnosticar mais rapidamente os contactantes, previne a contaminação", afirmou o pesquisador. Para ele, os profissionais da saúde também precisam de maior atenção. "A disponibilidade de EPI em volume adequado e a realização de exames periódicos podem diminuir a contaminação e morte destes profissionais, bem como que eles se transformem em fonte de contaminação. Neste caso depende da política dos serviços de saúde, que eu avalio que está muito ruim. Pelo menos é o que eu tenho ouvido falar de colegas e de notícias na internet", disse.

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