TRANSPORTE COLETIVO

Tarifa de ônibus não deve ter aumento, diz prefeito de Campinas

Intenção é manter atual preço da passagem com uso de verbas da PEC Kamikaze

Edimarcio A. Monteiro / edimarcio.augusto@rac.com.br
22/07/2022 às 21:51.
Atualizado em 23/07/2022 às 09:21

Transporte coletivo urbano é utilizado por aproximadamente 14 milhões de passageiros por mês em Campinas (Prefeitura Municipal de Campinas / Divulgação)

A verba de R$ 23,9 milhões que Campinas prevê receber via Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Benefícios, chamada de Kamikaze pela oposição, evitará o reajuste da tarifa do transporte coletivo até dezembro. A afirmação foi feita ontem pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) ao explicar que os recursos federais serão utilizados para cobrir o subsídio que a Administração Municipal paga às permissionárias do transporte, sendo suficientes para pouco mais de 2 meses de subvenção. O transporte coletivo é utilizado por cerca de 14 milhões de passageiros por mês.

Atualmente, Campinas gasta R$ 10 milhões com o subsídio às permissionárias de ônibus por mês. “Esse valor vai ajudar a reduzir a pressão por aumento, dar um fôlego para o orçamento da Prefeitura e evitar o reajuste da tarifa”, disse Saadi. O reajuste da passagem de ônibus ou do subsídio do transporte coletivo é reivindicando pelo Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano e Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) por conta da alta do preço do óleo diesel, que chega a 40,49% este ano na cidade.
No início de janeiro, o preço médio do litro desse combustível era de R$ 5,26, contra R$ 7,39 na semana entre os dias 10 e 16 deste mês, de acordo com pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O último aumento da tarifa de ônibus no município — de 13,16% — foi no dia 3 de janeiro, quando o bilhete único comum passou de R$ 4,55 para R$ 5,15. A passagem não era reajustada desde 2019. 

Peso do combustível

Segundo o SetCamp, com o reajuste acumulado este ano, o óleo diesel é hoje o item que mais pesa no custo do transporte coletivo, com uma participação de 37,3%. Antes, o principal componente da planilha de custo era a mão de obra das empresas de ônibus, mas a participação caiu de 50% para 36,8%. O sindicato das permissionárias justifica que o aumento da tarifa ou do subsídio é necessário para garantir o equilíbrio econômico-financeiro.

Porém, para não conceder o reajuste, a Prefeitura justifica que as empresas também tiveram aumento no volume de passageiros com o arrefecimento da pandemia de covid-19. Durante o período mais crítico da pandemia, a queda chegou a 60%. 

De acordo com Saadi, o valor correto que será repassado pelo governo federal para Campinas dependerá da análise de uma planilha que leva vários itens em conta, como a alta do diesel e o volume de passageiros. Também depende de definição da forma como o recurso será transferido para o município. 

O governo federal estima destinar R$ 41 bilhões, até o final do ano, para a PEC, na qual está prevista a liberação de vários benefícios temporários para compensar a alta da inflação e dos combustíveis. Além das verbas para as Prefeituras, o pacote inclui o reajuste do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) de R$ 450 para R$ 600 por mês para as famílias atendidas e a criação de um auxílio para motoristas de caminhão autônomos e de táxi. Porém, os pagamentos dos benefícios serão feitos somente até dezembro deste ano, último mês do atual mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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