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Tarcísio revela que Unicamp deve continuar à frente do Hospital Estadual de Sumaré

Governador visitou o município ontem e admitiu que “tudo caminha” para a continuidade da instituição na gestão da unidade hospitalar

Luiz Felipe Leite/[email protected]
29/06/2025 às 12:01.
Atualizado em 29/06/2025 às 12:01
Ao lado do governador, o prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (de amarelo), elogiou a administração da Unicamp no hospital (Alessandro Torres)

Ao lado do governador, o prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (de amarelo), elogiou a administração da Unicamp no hospital (Alessandro Torres)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), revelou ontem, em agenda em Sumaré, que tudo caminha para que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) continue na gestão do Hospital Estadual de Sumaré (HES), por meio da Fundação da Unicamp (Funcamp). A reportagem apurou nos bastidores que a Funcamp é a única Organização Social de Saúde (OSS) que manifestou interesse em participar do chamamento público convocado pela Secretaria de Saúde do Estado no dia 3 de junho. 

O processo, ainda em andamento, foi aberto para escolher uma OSS para assumir a gestão da unidade hospitalar que é administrada por meio de um convênio entre a Unicamp e o Estado de São Paulo, com apoio da Funcamp, desde o ano de 2000. O vínculo entre a instituição superior de ensino e o governo paulista vence em 31 de julho deste ano e nos meses anteriores houve uma preocupação de que a qualidade dos serviços fosse afetada por uma eventual mudança de gestão. O Hospital Estadual de Sumaré foi considerado em 2022 o melhor público do Brasil, e é o único público localizado no município. 

A estimativa é que o vencedor do chamamento seja divulgado até o dia 31 de julho. Tarcísio de Freitas comentou que o chamamento público é necessário para regularizar a situação jurídica da administração do hospital. “Eu também disse que a Unicamp poderia participar desse processo e é o que está acontecendo. Obviamente que existem métricas no futuro contrato, facilitando ao governo cobrar determinados resultados e padrões por meio de indicadores de desempenho. Mas tudo caminha para que haja a manutenção da Unicamp no Hospital Estadual de Sumaré”, pontuou.

A Funcamp foi credenciada como uma OSS pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo em março deste ano. A realização do credenciamento, como medida para que fosse possível do processo, foi antecipada em 14 de fevereiro pelo diretor executivo da área da Saúde da Unicamp, Oswaldo Grassiotto, em entrevista ao Correio Popular. Ele disse na época que o final do vínculo entre a universidade e a Secretaria de Saúde seria “algo catastrófico”. 

O secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, confirmou ao Correio Popular no dia 15 de fevereiro que haveria o chamamento público. Ele afirmou que existem instituições de ensino que se adaptaram a esse modelo, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). 

IMPORTÂNCIA 

O prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (Republicanos), elogiou a Unicamp enquanto gestora do hospital estadual e criticou as pessoas que fizeram “terrorismo” a respeito do assunto. “Com certeza o Hospital Estadual de Sumaré será mantido sempre com boa qualidade para o nosso povo”, declarou. 

Também do Republicanos, o prefeito de Hortolândia, Zezé Gomes, disse torcer para que a universidade campineira siga à frente da administração do HES. “A Unicamp é referência não somente aqui no Estado de São Paulo, mas no Brasil inteiro.” 

O atual convênio entre a Unicamp e o HES, no valor de mais de R$ 652 milhões, prevê a manutenção de todas as atividades assistenciais já realizadas na unidade de saúde. O hospital tem 100% do atendimento voltado para o Sistema Único de Saúde (SUS), com foco nos moradores de Sumaré, Americana, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa e Santa Bárbara d'Oeste. O hospital oferece internações em seis clínicas (clínica médica, cirurgia geral, ortopedia, neurocirurgia, pediatria e gineco-obstetrícia) e três unidades de terapia intensiva (neonatologia, UTI pediátrica e UTI de adultos), além de cirurgias, partos, consultas ambulatoriais, atendimentos de urgências e exames de apoio e diagnose. Em 2022, o HES foi considerado o melhor hospital público do Brasil em um ranking do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross) em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde. Ele atende a uma região de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas.

APOIO 

Madalena da Silva é moradora de Campinas e acompanha o namorado, que está com pneumonia e foi transferido para o HES após o caso se agravar. Ela respondeu que gostou da estrutura oferecida no local. “As pessoas são educadas, o hospital é bem limpinho, tudo feito de forma profissional”, contou. 

A mãe de Andresa Andrade, cuja família vive em Hortolândia, foi levada ao hospital estadual após uma infecção se alastrar pelo corpo. Foi no HES que o quadro dela foi estabilizado. “Morro de medo da Unicamp deixar a administração do hospital. Seria algo muito ruim para todos nós”, opinou.

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