A Polícia Civil de Campinas prendeu nesta terça-feira (2), uma mulher de 29 anos suspeita de liderar uma quadrilha especializada em roubos
A Polícia Civil de Campinas prendeu nesta terça-feira (2), uma mulher de 29 anos suspeita de liderar uma quadrilha especializada em roubos a motoristas de aplicativos. Ela atua com quatro comparsas que já foram identificados. O grupo agia em toda a cidade e ao menos cinco vítimas prestaram queixas. A mulher é considerada violenta e ameaçava as vítimas para não delatá-la à polícia. Em um dos casos, a vítima sofreu abuso sexual. As investigações sobre o crime são conduzidas pelo 11º Distrito Policial (DP) que vem apurando os ataques desde o início do ano. Segundo o delegado Sandro Jonasson, a abordagem consistia na chamada para uma falsa corrida. A vítima era acionada por uma cliente, mas quando chegava no local indicado havia três ou quatro falsos clientes que depois anunciavam assalto. "Ela comprava vários chips para despistar os motoristas, já que quando há ocorrências envolvendo o número que fez a chamada, ele é bloqueado pela plataforma. Então ela trocava os chips para fazer novas vítimas" , contou Jonasson. Após ser rendida, a vítima era levada para um cativeiro. Os policiais civis descobriram três lugares usados pelo bando, sendo dois no Jardim Bassoli e um no Jardim Satélite Iris. No Jardim Bassoli, a mulher usava uma casa abandonada e o próprio apartamento dela, onde morava sozinha. Já no Satélite Iris, os criminosos construíram um barraco em meio ao mato, próximo a um brejo para esconder as vítimas, que eram obrigadas a fornecer senhas e cartões bancários. "Os comparsas saiam para fazer saques, empréstimos e compras com os cartões e ela ficava vigiando a vítima. Pelos relatos, ela era muito violenta. Agredia e torturava a vítima psicologicamente. Em um dos casos teve violência de cunho sexual" , disse o delegado. Em alguns casos, os criminosos usavam o carro da vítima para ir aos bancos, mas na maioria usavam outros meios já que os veículos possuíam rastreador. De apenas uma vítima, o bando conseguiu roubar R$ 8 mil. De acordo com Jonasson, a mulher usava uma arma e tinha por tática revirar a carteira da vítima embusca de fotos de familiares do motorista para fazer ameaças. "Ela mostrava a foto para a vítima e falava que caso a polícia fosse atrás dela, ela se vingaria na pessoa da foto e guardava a foto. Acredito que por causa dessas ameaças, muitas vítimas deixaram de fazer o registro da ocorrência. Mas peço para que o motorista por aplicativo que sofreu um ataque assim nos procure para denunciar, pois só assim podemos fazer justiça e deixá-los presos" , frisou. A mulher foi presa na casa de um ex-namorado dela, na Vila Nogueira. Um dia antes, ela esvaziou o apartamento onde morava e fugiu do local, mas foi localizada pela equipe de investigação. Ela teve prisão temporária de 30 dias decretada, mas o delegado vai pedir a preventiva. Jonasson também informou que pedirá a preventiva dos comparsas da suspeita. "Ela é suspeita de roubar, há mais ou menos dois meses, a arma de um guarda municipal lá no Bassoli. Além disso, também está sendo apurado, pelo Setor de Homicídios (SHPP), suposta relação da quadrilha em dois latrocínios envolvendo motorista por aplicativo" , disse o delegado.