D. PEDRO

Surpresa e indignação marcam fechamento de acesso

Estudantes, pacientes e moradores ficam revoltados com fechamento do acesso na rodovia D. Pedro

Inaê Miranda
07/02/2013 às 19:35.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:19
Percurso para chegar ao hospital, universidades e moradias ficou mais longo e demorado (Edu Fortes/AAN)

Percurso para chegar ao hospital, universidades e moradias ficou mais longo e demorado (Edu Fortes/AAN)

Segundo a concessionária Rota das Bandeiras, o bloqueio era necessário por uma questão de segurança e para dar continuidade às obras de construção das marginais da rodovia. A rua era o principal acesso para quem segue para a Pontifícia Universidade Católica de Campinas e para o Hospital Madre Theodora. Ambos, com o apoio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), irão acionar a justiça contra o bloqueio.

O casal Antônio Borges de Carvalho e Eleny Borges de Carvalho mora na rua Sérgio Carnielli há mais de 20 anos e são favoráveis ao fechamento do acesso.

"Já pedimos há muitos anos esse bloqueio por causa do fluxo de carros. Aqui para tudo. Fica quase impossível sair de casa, principalmente no período das aulas nas universidades", afirmou Eleny.

"A rua para alguns motoristas era continuidade da rodovia. Passavam em alta velocidade e já derrubaram vários postes e árvores em acidentes. O poste da frente da minha casa foi derrubado três vezes. Isso abalava demais a estrutura. A rua também vivia esburacada por causa do tráfego de caminhões pesados", completou Carvalho.

Já o casal Sérgio Christoforo e Cristina são contrários ao bloqueio e chegou a enviar uma carta à Rota das Bandeiras para reclamar

"Acho péssimo o fechamento. Com esse acesso já temos congestionamentos terríveis, sem ele vai piorar mais ainda, pois só a entrada da Dom Pedro não vai dar conta do fluxo", afirmou Christoforo.

Cristina fez questão de entrar em contato com a ouvidoria da concessionária para reclamar. "Moramos há 21 anos aqui e não nos deram satisfação. Ficamos sabendo antes pelo jornal. Reclamei na ouvidoria e pediram para eu entrar em contato mais tarde pois iriam providenciar uma resposta", disse.

Os moradores receberam no início da semana um comunicado da Rota das Bandeiras sobre o fechamento. O comerciante Laércio Brancalhão está preparando a mudança para o bairro e ficou assustado quando soube do fechamento. "Fui surpreendido. Isso vai dar o maior trânsito. Pode até aumentar a segurança, mas de maneira geral vai ser ruim para muita gente: moradores, comerciantes e alunos das universidades", disse.

A concessionária Rota das Bandeiras, na manhã desta quinta mesmo, deu início às escavações no local para dar continuidade às obras de construção das marginais. Além dos cones, os blocos de asfalto e a terra, e a retroescavadeira se tornaram um obstáculo para quem tentava furar o bloqueio.

Segundo a Rota das Bandeiras, a lentidão no trânsito não passou de 100 metros. Informou que ainda nesta quinta daria início a instalação de defensas metálicas no trecho e que iria reforçar a sinalização na rodovia, inclusive a sinalização noturna.

Sobre a reclamação dos moradores, a concessionária informou que se trata de uma questão prioritária de segurança e que o risco foi identificado antes da concessão. Informou também que o acesso pela Avenida Guilherme Campos será a menos de um quilômetro e compreende que haverá um período de adaptação e acomodação do tráfego local e conta com a compreensão dos motoristas e moradores.

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) acompanhou as mudanças no tráfego e ajudou a orientar motoristas e pedestres. Também houve mudanças no itinerário da linha de ônibus 3.57-PUCC/Santana que passava pela rua Sérgio Carnielli.

O Hospital Madre Theodora e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) com o apoio da Unicamp pretendem recorrer à justiça contra o fechamento permanente do acesso.

Em média, o hospital recebe 13.597 pessoas por mês, entre pacientes, médicos e funcionários. Já a PUC-Campinas recebe cerca de 4 mil carros diariamente e aproximadamente de 18 mil pessoas.

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