Superlua marca primeiro fim de semana do Inverno

O Inverno começou exatamente à 1h59 desta sexta-feira (21), mas a paisagem urbana em nada lembrou a estação mais fria do ano. Os termômetros chegaram a marcar 26°C às 14h e muita gente circulava de bermuda e camiseta pelas ruas. Os serviços de meteorologia, porém, informam que uma frente fria está em deslocamento pela região e deve provocar a queda da temperatura no final de semana. O céu permanece nublado, com risco de chuvas ocasionais. Os primeiros dias da nova estação serão marcados por um espetáculo no céu, a Superlua, fenômeno que ocorre neste final de semana.

De acordo com a pesquisadora Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Inverno começa com índice elevado de umidade do ar, mas a previsão é de mudança ao longo da estação. As frentes frias passam a ser mais frequentes, a temperatura cai, para de chover e o ar fica mais seco.

Por causa desses fatores, as partículas suspensas no ar não se dissipam, favorecendo os casos de crise respiratória e alergias. A tendência, como em anos anteriores, é de aumento no movimento nos hospitais até a chegada da Primavera.

Os focos de incêndio, que passam a ser mais frequentes nessa época, mobilizam a Defesa Civil. A orientação aos motoristas é redobrar a atenção durante os nevoeiros, que se tornam muito comuns, especialmente no início do dia e em pontos mais baixos.

De acordo com a meteorologista do Cepagri, é impossível prever quando vai fazer mais frio. Isso depende, diz Ana, da intensidade da massa de ar frio que passa pela região. Mas Campinas já registrou temperatura de até 2°C no Inverno.

O que vem mudando nos últimos invernos — e não há explicação técnica para isso — é que a ocorrência de geadas é cada vez menor nos municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Superlua

Neste domingo (23), acontece a chamada Superlua, termo criado para designar o momento em que a Lua cheia está próxima de sua menor distância em relação à Terra. O termo foi criado pelo astrólogo Richard Nolle em 1979. O perigeu (maior aproximação com o planeta), acontece de fato às 8h32 de domingo. A noite deste sábado (22), então, passa a ser o melhor momento para se observar o fenômeno.

O satélite natural aparecerá 14% maior e 30% mais brilhante do que ocorre na Lua cheia normal e sua distância da Terra será de 356.991 quilômetros. Existem ocasiões em que, ao contrário, a Lua cheia ocorre em seu ponto mais afastado da Terra, denominado apogeu. É por isso que, ao longo do ano, varia o tamanho da Lua cheia. Há períodos em que o satélite fica a 406,7 mil quilômetros e, para o observador, ela parece menor. A variação da distância acontece porque a órbita da Lua ao redor da Terra é uma elipse.

As informações são do astrônomo Nelson Travnik, que trabalha no Observatório Astronômico de Piracicaba e organiza para hoje sessões especiais de observação.

Em Campinas, o Observatório de Capricórnio vai funcionar nos horários normais dos sábados, das 17h às 21h, mas quem não puder ir ao Pico da Cabras, em Joaquim Egídio, poderá observar o fenômeno de qualquer lugar da cidade, mesmo a olho nu. Para o astrônomo Julio Lobo, a única preocupação é que o tempo esteja nublado.

Lobo afirma que a aproximação da Lua com a terra, maior ou menor, talvez passe despercebida para as pessoas. Mas a Superlua, diz, pode ser comprovada por fotografias feitas em diferentes dias. A diferença de tamanho é bem perceptível, afirma. O astrônomo lembra, no entanto, que, para captar as imagens, a Lua deve estar alta no céu porque, no momento em que ela aparece no horizonte, no começo da noite, o observador pode ter a ilusão de que ela é maior por causa da refração atmosférica.