Prefeitura é cobrada mais uma vez a apresentar documentos
Um dos 17 micro-ônibus do sistema de transporte complementar de Sumaré em circulação: questionamentor (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)
A Justiça voltou a solicitar à Prefeitura de Sumaré documentos que comprovem a regularidade do sistema de transporte complementar, que opera com 17 micro-ônibus na cidade. A Cooperativa dos Perueiros de Sumaré (Coopersum) é alvo de diversas suspeitas quanto à sua legalidade, por não possuir, atualmente, nenhuma sede fixa, telefone de contato ou diretoria reconhecida em cartório — dois dos responsáveis pela entidade, inclusive, trabalham desde o ano passado na Prefeitura como funcionários comissionados, caracterizando um conflito de interesses, segundo advogados especialistas em direito público procurados pela reportagem. Em 2013, uma decisão judicial determinou que fosse feita uma licitação para definir os responsáveis pelas linhas de transporte complementar. Na ocasião, o processo ficou sem possibilidade de recursos e a juíza Ana Lia Beall determinou a expedição de um ofício ao prefeito Luiz Dalben (PPS) solicitando o cumprimento da medida. O primeiro ofício foi enviado no fim do ano passado, mas não obteve respostas. Em abril, a Justiça enviou outro pedido de informações. Em nota, a Prefeitura de Sumaré informou que o transporte alternativo na cidade está regularizado e lembrou que o processo licitatório foi realizado em 2011. Sobre os colaboradores municipais, que frequentemente se apresentam como diretores da Coopersum, a Prefeitura destacou que “não possui comissionados que são permissionários do sistema de transporte complementar e/ou diretores da citada cooperativa — não havendo, portanto, conflito de interesses”. “Guerra velada” Sumaré convive com uma “guerra velada” pelo domínio das linhas de transporte urbano nos últimos anos. Desde 2013, foram registrados pelo menos 20 boletins de ocorrência de motoristas de ônibus que alegam ter sido ameaçados ou sofrido ataques dos perueiros do transporte complementar. A agressão a uma motorista, no início deste mês, simbolizou o estopim da crise, desencadeando uma paralisação de um dia de toda a frota de ônibus da cidade. A greve só foi encerrada após a Prefeitura ter prometido intensificar a segurança nos pontos finais das linhas e chamado representantes do sindicado dos condutores e também dos perueiros para propor uma trégua.