O produto foi injetado por engano, mas ainda não é possível saber como a falha ocorreu; inquérito segue para uma segunda fase
Depois de quase três meses de investigação, a Polícia Civil de Campinas esclareceu quarta-feira (24) a causa da morte de três pacientes que passaram por exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, em Campinas. Os laudos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Criminalística (IC) confirmaram a presença do - uma substância química de uso externo utilizada para exames específicos - no organismo das vítimas. Fontes ligadas à investigação informaram ao Correio que o produto tóxico foi injetado nos pacientes por engano, mas ainda não é possível saber como essa falha ocorreu.
Agora, conforme apurou a reportagem, o inquérito segue para uma segunda fase e está perto de ser totalmente concluído, mas a polícia ainda precisa encontrar os motivos do erro e saber se o material entrou no organismo da vítima de forma direta ou por meio de contaminação.
O caso
Três pessoas, com idades entre 25 e 38 anos, morreram no dia 28 de janeiro após a realização de exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz. Após os óbitos, o setor foi imediatamente interditado pela Vigilância em Saúde do município.
A primeira a passar mal foi Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, que fez o exame e foi liberada. Mas teve de voltar para o pronto-socorro do hospital, onde morreu.
As outras vítimas, Manuel Pereira de Souza, de 38 anos, e Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36, morreram logo após a realização da ressonância.
Todos realizaram o exame na cabeça e fizeram uso do contraste. Eles tiveram parada cardiorrespiratória. O caso veio à tona na manhã do dia seguinte. Desde então, uma comissão investiga as causas das mortes, inéditas na literatura médica.