As concessionárias reivindicam aumento no valor do subsídio enquanto durar o isolamento social, para equacionar o desequilíbrio econômico
A Prefeitura vai antecipar para segunda-feira o repasse de R$ 5 milhões do subsídio dado ao Sistema InterCamp, operado por ônibus das empresas concessionárias do transporte coletivo e pelos alternativos, como medida para possam pagar os funcionários na terça-feira. O sistema, segundo o presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, já registra queda de 80% de passageiros. As concessionárias reivindicam aumento no valor do subsídio enquanto durar o isolamento social, para equacionar o desequilíbrio econômico que estão enfrentando e evitar o colapso no sistema. Barreiro disse que essa demanda não será atendida, porque as receitas da Prefeitura estão caindo. Decreto publicado ontem no Diário Oficial manteve para abril o mesmo valor mensal que vem sendo transferido desde julho do ano passado. Do total de R$ 6 milhões de subsídio, R$ 5 milhões irão para o Sistema Intercamp e R$ 1 milhão para o Programa de Acessibilidade Inclusiva (PAI). Segundo o presidente da Emdec, a antecipação do pagamento do subsídio é medida de emergência para garantir a operação do sistema e evitar demissões. Esse pagamento costuma ocorrer no final do mês. O diretor de Comunicação do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp), Paulo Barddal, informou que a antecipação é bem-vinda e irá evitar demissões no setor, mas que as empresas têm outras despesas importante com fornecedores de peças, diesel, pneus e outros insumos para manter os ônibus em funcionamento. “Se não tivermos aportes, o sistema pode entrar em colapso, porque mesmo com o subsídio, o sistema continua deficitário e a redução no número de passageiros que vem ocorrendo desde a decretação de quarentena em Campinas, a queda nas receitas chega a 70%”, afirmou. A média de dias úteis em fevereiro foi de 393 mil passageiros e na quarta-feira, 110,9 mil. O pior dia até agora foi 23 de março com 93,9 mil pessoas transportadas. “Essa situação está ocorrendo no País todo. As empresas estão quebrando e não sabem o que fazer com os funcionários. Como vamos pagar salários, diesel, os benefícios se não tivermos ajuda governamental”, afirmou. Em nota divulgada ontem, os sindicatos dos trabalhadores no transporte na Região Metropolitana de Campinas (RMC) informaram que querem solução rápida às suas demandas de garantia de emprego manutenção de todos os benefícios e afirmam que se ela não vier, irão parar a RMC. Em nota assinada pelo presidente da Federação em Transportes no Estado, Valdir Souza Pestana e pelos presidentes dos sindicatos de Campinas, Matusalém de Lima e de Americana, Paulo Sergio da Silva, informam que o primeiro sinal das dificuldades das empresas já foi dado, com o não pagamento do vale alimentação na quarta-feira.