Distrito seria alocado no prédio da 2ª Delegacia Seccional, distante 3,1 km do bairro onde funciona
Entrada do 11º DP, imóvel que foi mantido em contrato com a Prefeitura por 14 anos, rompido no ano passado: destino em avaliação pelo Estado (Alenita Ramirez/AAN)
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) planeja transferir o 11º Distrito Policial (DP) de Campinas, no Jardim Ipaussurama, para o prédio onde funciona o plantão 24h da 2ª Delegacia Seccional, no Jardim Londres, distante 3,1km. O Correio apurou que a medida será tomada para conter gastos, já que o prédio onde o DP funciona é alugado por R$ 2,5 mil, e também para justificar os R$ 61 mil do aluguel do imóvel onde fica o plantão. O delegado da seccional, Roberto José Daher, confirma a possibilidade da mudança, mas nega que seja uma justificativa para manter o alto aluguel da delegacia. Segundo ele, o Estado estuda duas alternativas para o 11º DP. A primeira seria a de fazer contrato com o dono do imóvel onde até então funcionou o distrito, e a segunda, o de aproveitar o espaço ocioso do prédio da seccional. O 11º DP de Campinas funciona na Avenida Homero Vasconcelos de Souza Camargo, 424, no Jardim Ipaussurama, há pelo menos 14 anos. O imóvel foi construído por um comerciante da Vila Teixeira. Na época, a pedidos de vereadores que queriam levar uma delegacia para aquela região, a Prefeitura se comprometeu em pagar o aluguel do sobrado, que conta com sete cômodos confortáveis, ar-condicionado e um “puxadinho” na área frontal para abrigar vítimas, testemunhas, policiais e guardas municipais que vão ao local.Entretanto, em abril do ano passado, a Prefeitura de Campinas rompeu contrato com o dono do imóvel e deixou de pagar o aluguel. Na época, a Administração enviou um ofício ao proprietário informando que o Estado passaria a arcar com as despesas. No entanto, nenhum contrato foi feito e desde maio de 2015 o locador não recebe o aluguel. “Durante 14 anos sempre recebi em dia. Houve sim, um ano que não foi pago, mas depois recebi tudo. Tenho esperança em ser ressarcido”, disse o dono do imóvel, que prefere não revelar sua identidade.Em setembro de 2013, o governo estadual alugou o prédio onde funcionou a Transportadora Mosca, no Jardim Londres, nas margens da Avenida John Boyd Dunlop, por R$ 61 mil. Na época, o Estado afirmou que o imóvel receberia adaptações para receber o plantão, o setor administrativo da seccional e as novas unidades das delegacias de Investigações Gerais (DIG), Sobre Entorpecentes (Dise) e da Defesa da Mulher (DDM), além de incorporar também outras quatro delegacias: 9º DP (Jardim Aeroporto), 6º DP (Jardim Novo Campos Elíseos), 8º DP (Vila Padre Anchieta) e também o 11º DP. “O governo não pode tirar a delegacia daqui. Já é longe para quem mora, por exemplo no Jardim Itajaí, que fica a 12km. O que o governo precisa fazer são outras delegacias mais próximas da região do Campo Grande. Tem que ajudar a população e não dificultar”, disse o pedreiro Jorge Luís Rodrigues, de 52 anos. “Com essa atitude, o governo quer forçar as vítimas a usarem a internet. Até parece que querem acabar com os DPs”, opinou um motorista de 48 anos. Segundo Daher, o Estado avalia a possibilidade de fazer contrato com o dono do imóvel que abriga o 11º DP e arcar com o aluguel. “Também estamos tomando medida legal, administrativa, para ressarcir o proprietário. Os aluguéis não estão atrasados, até porque não existe contrato de locação com o Estado”, frisou o seccional.2ª SeccionalHá dois meses, o dono do prédio onde está a 2ª Delegacia Seccional iniciou uma obra de adaptação e reforma no barracão anexo ao prédio administrativo. No local estão sendo feitas espécies de baias, pequenas salas com divisórias. “O espaço aqui é grande é dá para ser aproveitado. Se a delegacia vai vir para cá ou não, ainda está em estudo. Além disso, também temos a possibilidade de ter o prédio próprio, pois a Prefeitura já tem um terreno adequado que vai doar ao Estado. Este local está com uma pendência judicial, que está sendo resolvida”, disse Daher. A Prefeitura confirmou que vai, de fato, doar o terreno para o Estado, mas que ainda analisa algumas propostas.