Distritos oferecem atrativos como natureza exuberante e ambiente bucólico
A antiga estação ferroviária de Joaquim Egídio, agora revitalizada, abriga em seu interior um Posto de Informação Turística e umCentro de Educação Ambiental, ambos vinculados à Secretaria do Verde (Aleesandro Torres)
José Soares, aos 68 anos, já acumulou experiência suficiente para escolher onde quer passar o resto da vida. Natural de Campinas, viveu em cidades da Bahia e Minas Gerais, estados que considera os mais hospitaleiros do país. No entanto, é no distrito de Sousas, em Campinas, onde atualmente reside, que deseja permanecer até o último suspiro. "Para mim, não há lugar mais agradável que este", afirma, sentado em um banco da bucólica Praça Beira Rio.
Assim como ele, dezenas de outros moradores e comerciantes do distrito acreditam que o local possui algo especial, embora não consigam identificar exatamente o que o torna diferente. Sentimento semelhante é compartilhado pelos moradores de Joaquim Egídio, distrito vizinho a Sousas. Ambos foram reconhecidos, nesta semana, como Rotas Turísticas do município, graças a um projeto de lei da vereadora Débora Palermo (PL), sancionado pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) na última segunda-feira (20). A medida foi publicada no Diário Oficial na terça-feira (21).
A lei justifica seu objetivo em promover o desenvolvimento sustentável do potencial turístico regional, fortalecer e expandir a produção local nas áreas de gastronomia, cultura, história, ecologia, arquitetura e produção agropecuária, além de implantar educação ambiental. Também incentiva empreendimentos turísticos e a organização produtiva das comunidades locais relacionadas ao turismo e artesanato. Adicionalmente, autoriza o Poder Público a firmar parcerias com universidades, entidades e a iniciativa privada para fortalecer a Rota Turística. A lei justifica seu objetivo em promover o desenvolvimento sustentável do potencial turístico regional, fortalecer e expandir a produção local nas áreas de gastronomia, cultura, história, ecologia, arquitetura e produção agropecuária, além de implantar educação ambiental. Também incentiva empreendimentos turísticos e a organização produtiva das comunidades locais relacionadas ao turismo e artesanato. Adicionalmente, autoriza o Poder Público a firmar parcerias com universidades, entidades e a iniciativa privada para fortalecer a Rota Turística.
Os distritos de Sousas e Joaquim Egídio foram oficialmente reconhecidos em 1896 e 1959, respectivamente. No entanto, o surgimento dos povoados que deram origem aos locais remonta ao início do século XIX, com as primeiras edificações sendo construídas por volta da década de 1840.
Os anos passaram, mas o clima de vila foi mantido nos distritos. As temperaturas são geralmente mais amenas em relação ao restante da cidade, e as ruas são mais arborizadas. Os prédios históricos e as ruas de paralelepípedos, tombados pelo patrimônio, conferem ao local um ar de tranquilidade, em contraste com a correria do Centro de Campinas, a poucos quilômetros dali. São esses fatores que cativam, de forma positiva, José e tantos outros moradores a permanecerem nos distritos.
Os anos passaram, mas o clima de vila foi mantido nos distritos. As temperaturas são geralmente mais amenas em relação ao restante da cidade, e as ruas são mais arborizadas. Os prédios históricos e as ruas de paralelepípedos, tombados pelo patrimônio, conferem ao local um ar de tranquilidade, em contraste com a correria do Centro de Campinas, a poucos quilômetros dali. São esses fatores que cativam, de forma positiva, José e tantos outros moradores a permanecerem nos distritos.
O comerciante João Paulo Pereira, 55 anos, compartilha da mesma sensação. Nascido em Sousas, herdou um dos botecos mais tradicionais do distrito, o Bar Central, fundado por seu pai há mais de 70 anos. Ele celebrou a criação da Rota Turística, mas apontou problemas que, a seu ver, poderiam ser considerados pelo poder público a partir de agora.
"O clima, o rio, as trilhas, os prédios históricos, tudo isso atrai pessoas que vêm para andar de bicicleta, caminhar, correr, e eu, assim como elas, adoro isso aqui. São 55 anos no mesmo lugar, não tem como mudar mais", afirmou. "O que o comércio todo reivindica, no entanto, é um pouco mais de organização com o trânsito, sobretudo mais espaço para estacionar os carros. O distrito tem toda a estrutura para receber turistas, mas parar o veículo ainda é um problema, que se agrava a cada dia com a chegada de novos visitantes", continuou.
Para a vereadora Débora Palermo, a criação da lei se justifica na proteção das características dos distritos. Nascida em Joaquim Egídio, a parlamentar vive em Sousas e relatou que a ação era uma demanda dos comerciantes locais.
"Os distritos têm lugares lindos, que tememos que se percam um dia com o crescimento da cidade. Esta lei é uma forma de garantir que as fazendas possam viver delas mesmas, exaltar a gastronomia da cidade, a história, e também colocar os distritos no mapa turístico do estado", disse.
Além disso, a ideia é que o município possa se beneficiar de incentivos estaduais para desenvolver o potencial turístico da região.
Os pontos turísticos da Rota incluem: a ponte histórica do Rio Atibaia; o Parque Linear Ribeirão das Cabras, localizado na Estrada do Bonde; a Vila das Artes, feira realizada no primeiro domingo de cada mês na Praça Beira Rio; o Casarão do Cândido Ferreira; a Igreja Matriz de Sant'Ana; a Igreja de São Sebastião; a Subprefeitura de Sousas; o Casarão de Joaquim Egídio; o Observatório Municipal de Campinas "Jean Nicolini"; a Capela de São Joaquim e São Roque; a Fazenda Três Pedras; a Fazenda Bonfim; a Usina Salto Grande; as trilhas de Joaquim Egídio; a Estação Ambiental; os traçados urbanos criados no século XIX e as ruas de paralelepípedos, tombadas pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas).
Em um desses locais, na Estrada de Capricórnio, alunos do terceiro ano do ensino fundamental de uma escola de Indaiatuba faziam uma visita pedagógica. Trata- se do tripé turístico composto pelo Observatório Jean Nicolini, Pico das Cabras e Museu Aberto de Astronomia. A coordenadora pedagógica Nataly Carvalho reforçou a importância cultural do espaço. "Na escola, ensinamos sobre o sol, a atmosfera, os planetas, e aqui eles podem ter um contato mais próximo com isso. Este lugar é importante de ser mantido e preservado. Estou encantada, em cada cantinho que você vai, vivencia algo fantástico", disse ela, que visitou o espaço pela primeira vez ontem.
O prefeito Dário Saadi ressaltou que a lei é importante para a economia, a cultura e o turismo dos distritos. "Com isto, criam-se mecanismos de fomento, preservação e estímulo desses espaços. Quando se formaliza uma rota, conectase tudo isso com os estabelecimentos e pontos culturais em parceria com a gestão pública. É muito importante", afirmou. A administração ainda não tem uma projeção de qual deve ser o incremento financeiro nos distritos, seja de ordem pública ou privada, com a criação da rota.
Com a formalização da rota, a população dos distritos espera que a essência dos locais seja preservada. "Espero que Sousas seja sempre assim, do jeitinho que ela é e do jeitinho que sou: simples", finalizou José Soares.
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