SOS Piçarrão planta 24 mudas de árvores em ato público em Campinas

Cerca de 50 pessoas participaram na manhã de sábado (11) do plantio de 24 árvores em uma praça na Avenida Dr. Celso da Silveira Rezende, conhecida como Marginal do Piçarrão, na esquina com a Avenida Washington Luiz, em Campinas. O ato foi iniciativa da ONG SOS Piçarrão e foi uma forma de protesto ao corte de mais de 230 árvores na cidade em um período de dois meses. Dentre as mudas, 89% são frutíferas, tais como amora, araçá, pitanga do norte, além de quaresmeira, ipês e árvores nativas e que compõe o bioma campineiro.

Segundo o assistente em comunicação da ONG, o ambientalista tecnólogo em Segurança do Trabalho, Paulinho Olivieri, a ação tem como objetivo devolver a vida ao local em todos os sentidos, pois além do verde, as plantas frutíferas atrairão aves, crianças, adultos para o local. "Foi importante esse plantio, pois conseguimos reunir idosos e crianças, professores e alunos, sem contar que essa iniciativa faz conscientizar as futuras gerações para a preservação ambiental", destacou Olivieri.

Todo o plantio foi orientado pelo professor universitário, engenheiro florestal e agrônomo e mestre em arborização urbana José Hamilton de Aguierri Júnior. "O Piçarrão foi escolhido pois foi onde o grupo nasceu, após em 2020 terem 'passado a boiada' em dezenas de árvores nativas. Isso gerou inconformismo e assim nasceu a ONG SOS Piçarrão", explicou. 

Segundo Olivieri, algumas mudas foram doadas pelo viveiro municipal e muitas por diversas pessoas, que levaram no local. As árvores são de vários tamanhos, em média de 50 centímetros. "Existe a intenção de ampliar o plantio, mas isso deverá ser feito no início da próxima temporada de chuvas, pois agora entrará o período de estiagem. Além disso, estamos sob a influência do El Nino e com isso a seca deve ser mais intensa e o calor severo mesmo durante o inverno", avaliou. 

"O aquecimento global é uma realidade e tende a piorar, as árvores 'roubam' carbono do ar e devolve oxigênio puro, isso é fundamental para as futuras gerações. Hoje (sábado) mostramos que é possível fazer algo para o futuro. Contamos com o apoio da população, que passou pelo local e cumprimentou a gente, buzinava e isso da um ânimo a toda a equipe", enfatizou o ambientalista. "Se não revertermos a questão do aquecimento global, que é ocasionado pela destruição do meio ambiente, teremos cada vez mais tempestades intensas e por consequência destruição", emendou.

O plantio foi acompanhado a distância pela Polícia Militar (PM). O grupo pediu apoio da corporação para fazer rondas no local do plantio e assim evitar vandalismo. "A gente pede a população para que se ver qualquer ato de vandalismo ou corte, para ligar imediatamente para o telefone 190", apelou Olivieri. 

No mês passado, a Prefeitura de Campinas intensificou as podas e extrações de árvores na cidade, depois da morte da menina Isabela Firmino Tiburcio, que foi vítima da queda de um eucalipto na Lagoa do Taquaral, no dia 24 de janeiro