Sofisticação europeia adoça menu de Holambra

A pacata Holambra, localizada na Região Metropolitana de Campinas (RMC), é parada obrigatória para milhares de turistas que passeiam pela Expoflora, maior exposição de flores do continente. A festa acontece há nada menos que 37 anos. Pouca gente sabe, no entanto, que a cidade charmosa tem muitas outras atrações. Deliciosas atrações, por sinal! Os restaurantes e padarias ficam lotados, até nos dias úteis, por pessoas que chegam de todo canto, interessadas em provar joias da gastronomia holandesas. Receitas que chegaram com os imigrantes há 70 anos e se mantêm intocadas no cardápio. Os apreciadores da boa mesa na certa já ouviram falar de pratos como snert (uma sopa de ervilhas com salsicha), stamppot (ensopado de verduras, batata e carnes) e poffertjes (panquecas açucaradas, adoradas pela criançada). Quem ama peixe também se delicia com o arenque servido com cebolas e picles. Mas o que virou febre, entre os glutões brasileiros, são mesmo os doces, tortas e biscoitos: as sobremesas. Pratos coloridíssimos, cheirosos, que tomam conta das vitrines das confeitarias. E provocam disputa para lugar nas mesinhas. A sensação das bandejas é mesmo o stroopwafel, waffer recheado com caramelo. Ensina a etiqueta holandesa que o biscoito precisa de um “ritual”. O cidadão coloca o biscoito sobre uma xícara de café quente. A temperatura da bebida transforma o caramelo em uma espécie de melaço. E o sabor…. Ah, o sabor. Só provando. Ah, claro, claro. A molecada não tem paciência para colocar a bolacha sobre a xícara. Nem os adultos, que precisam ganhar tempo e fazer o roteiro das padarias, restaurantes e floriculturas. Então, o biscoito é vendido em caixinhas de papelão, em formato que reproduz a arquitetura da cidadezinha. Porém o waffer não reina absoluto e tem concorrentes à altura. Como o biscoito que mistura canela e especiarias. Os speculaas também são campeões de vendas. Embora as padarias chiques ocultam bastidores mais charmosos ainda, a reportagem do Correio Popular passou por Holambra e foi convidada a conhecer a cozinha da confeitaria mais tradicional da cidade, fundada há 63 anos. Os padeiros e nutricionistas trabalham em um ambiente equipado com fornos, batedeiras e cilindros comprados pelo imigrante Martin Gerritsen, primeiro padeiro da cidade. Muitos desses equipamentos já foram operados por três gerações. Apesar de dividirem espaço com peças supermodernas, eles garantem o ar romântico da produção. Como romântica também é a relação entre patrão e empregado. Há funcionário, por ali, contratado há três décadas. A confeitaria praticamente nasceu com a cidadezinha. A empresa tem sede na Rua Dória Vasconcellos, parada obrigatória para turistas.