inss barreto leme

Sobrecarga afeta servidor e segurado

O caos está instaurado na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na Rua Barreto Leme, no Centro, em Campinas, e gera transtorno

Daniel de Camargo
26/02/2019 às 10:15.
Atualizado em 05/04/2022 às 00:54

O caos está instaurado na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na Rua Barreto Leme, no Centro, em Campinas, e gera transtorno para servidores e segurados. A informação é do Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo (SinsPrev). Segundo Cristiano dos Santos Machado, diretor regional da entidade, algumas pessoas chegaram a esperar quatro horas para serem atendidas na última sexta-feira. O sindicalista explicou que o fluxo de trabalho na unidade foi prejudicado a partir do momento em que o serviço especializado de perícia médica foi transferido para o local. A mudança ocorreu depois que a unidade da Rua Regente Feijó, também na área central, foi fechada em dezembro de 2018, em razão de os aparelhos de ar-condicionado não funcionarem, da infestação de insetos e outros problemas na estrutura do local, como assentos em péssimas condições e falta de ventilação. "As condições de trabalho naquele prédio se tornaram inaceitáveis. Então, houve uma mobilização para que fossem realizadas melhorias", disse. Machado analisa que a atual estrutura aliada à falta de funcionários não comporta a demanda de serviço. De acordo com ele, há confusão no momento de chamar os segurados para o atendimento. "A tendência é piorar, por causa do projeto do Governo Federal para a reforma da Previdência. Acredito que muitos segurados irão procurar o INSS para esclarecer se têm direito ou não à aposentadoria. Isso vai impactar no aumento do número de atendimentos", afirmou. Machado critica o encolhimento na estrutura do instituto no município. "Até novembro de 2018, nós tínhamos quatro agências em Campinas", encerra. Além das agências da Avenida das Amoreiras e da Barreto Leme, as únicas em funcionamento atualmente, a população da Região do Campo Grande antes era atendida na unidade Carlos Gomes, na Cidade Satélite Iris, mas o posto foi convertido em polo de análise digital. A quarta unidade, da Regente Feijó, segue fechada. Críticas Matheus de Araújo, autônomo de 20 anos, chegou às 10h da sexta-feira na agência do INSS da Rua Barreto Leme para conferir o resultado de uma perícia. As 11h20, ainda não havia sido atendido. Em sua concepção, existe um descaso para com a população. Afonso Borges Sabença Junior, de 63 anos, tenta se aposentar desde 2016. No período, o idoso tem se deparado com informações desencontradas sobre quais procedimentos devem ser realizados. Segundo ele, alguns documentos antigos precisam ser digitalizados. Porém, sempre acontece algum fato novo, que o faz perder algumas horas na agência sem que ele consiga de fato requerer a aposentadoria. Sabença Junior isenta os funcionários, que "não conseguem fazer milagre, com tanta gente precisando de atendimento". O ex-profissional de logística deixou a unidade da Barreto Leme com um novo agendamento para 11 de abril, após aguardar mais de uma hora para ser atendido. INSS A Gerência Executiva do INSS em Campinas informou, em nota, que o prédio onde funcionava a agência Regente Feijó apresentou problemas de estrutura física no fim de 2018. Após avaliação do Serviço de Manutenção Predial do INSS em São Paulo e a pedido dos servidores que atuavam naquela unidade, foi decidido que o prédio não seria reaberto até que importantes reformas sejam feitas. O instituto não detalhou se há um cronograma para tal. O texto destaca que todos os servidores da agência Regente Feijó foram realocados para a unidade na Barreto Leme, que passou por mudanças de layout e estruturais para receber tanto o quantitativo de novos funcionários quanto a demanda de pessoas que antes era atendida na unidade Regente Feijó. De acordo com o INSS, "não houve prejuízo para os funcionários ou para a população: os segurados que antes se dirigiam à Agência Regente Feijó passaram a ser atendidos na unidade da Barreto Leme, que também teve sua capacidade de atendimento aumentada com a realocação dos servidores". A nota diz ainda que a unidade Carlos Gomes não foi fechada, mas, sim, convertida em polo de análise digital. "Isso significa que, apesar de não receber presencialmente os segurados, os servidores que atuavam na agência continuam trabalhando, agora inteiramente voltados para a análise dos pedidos de benefício recebidos pelo INSS da cidade de Campinas e das demais agências da jurisdição", informa o texto. NOVOS PEDIDOS A Gerência Executiva do INSS em Campinas informou, em nota, que recebe uma média de 4,3 mil novos pedidos de benefícios mensalmente na cidade. Já o número de processos que aguardam resposta, em toda a sua área de abrangência que inclui unidades de atendimento em dez cidades, está em torno de 14 mil processos, sendo que cerca de 6 mil ultrapassaram o prazo legal para concessão ou indeferimento de 45 dias.

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