HOSPITAIS

SMCC alerta para risco de colapso

Sociedade de medicina cita perigo da combinação da alta demanda por leitos e reabertura do comércio

Francisco Lima Neto
13/06/2020 às 10:31.
Atualizado em 29/03/2022 às 08:29
Movimentação de ontem, Dia dos Namorados, no calçadão da Rua 13 de Maio: Sociedade recomenda volta de isolamento mais radical (Wagner Souza/AAN)

Movimentação de ontem, Dia dos Namorados, no calçadão da Rua 13 de Maio: Sociedade recomenda volta de isolamento mais radical (Wagner Souza/AAN)

A Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) alerta que é crítica a situação de Campinas em relação à Covid-19. Com leitos em falta na rede pública, pode haver um colapso caso os números da doença continuem crescendo, principalmente por conta das últimas aglomerações registradas na reabertura do comércio. A entidade afirma que o ideal seria voltar ao isolamento mais radical. A geriatra Fátima Bastos, presidente da SMCC, diz que a situação da pandemia na cidade é complicada. "A flexibilização está nos preocupando. Está aumentando o número de pacientes infectados. Os riscos vão aumentar muito. As pessoas não estão entendendo o que é a pandemia, estão saindo sem máscaras e se aglomerando. É só olhar a Treze de Maio no primeiro dia de reabertura do comércio", diz. Há três semanas, todas às quintas-feiras, a SMCC tem realizado um fórum para debater o enfrentamento e outras questões ligadas ao combate ao novo coronavírus. Participam representantes do Hospital da PUC, da Unicamp, dos hospitais privados, o secretário de Saúde, Carmino de Souza, e o presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta. De acordo com a médica, na quinta-feira a rede municipal ficou praticamente sem leito. "A rede pública estava com 98% de taxa de ocupação. A situação só não se complicou porque a Prefeitura contratou leitos particulares. A situação está no limite em Campinas", alerta. Para a médica, alguns sinais podem ser entendidos errados pela população. "As pessoas precisam entender que ainda estamos em uma pandemia. Elas veem que o comércio está aberto e acham que já passou. Eu vi gente sem máscara na rua, no ponto de ônibus, andando na lagoa. Falta conscientização", afirma. Fátima alerta para que as pessoas mantenham as medidas tomadas até aqui. "As famílias precisam continuar se preservando. Que saiam de casa somente para o necessário. Ainda não é momento de passear. Quanto antes essas medidas corretas forem tomadas, mais rápido a gente sai disso", argumenta. Nesse último fórum, os profissionais pediram que a Prefeitura reveja as medidas de relaxamento da quarentena. "Não é nenhuma vergonha para o gestor retroagir nas suas decisões. Num momento é até inteligente. Tem que voltar um pouco atrás e deixar só os serviços essenciais novamente. Ou que pelo menos não avance mais na abertura. É muito perigoso continuar nesse modelo", alerta. Posicionamento da Prefeitura via assessoria de imprensa argumenta que o programa Volta Responsável toma como base critérios técnicos definidos pela Secretaria de Saúde e pelo Comitê Municipal Covid-19. “A situação é monitorada diariamente. Paralelamente, o Estado está estudando e deve anunciar na próxima semana a classificação de todos os municípios paulistas. Campinas publicou hoje (ontem) o decreto que prorroga a quarentena até o dia 28 de junho”, traz a nota.

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