O contrato de coleta, transporte, tratamento e destinação final foi assinado em julho, por R$ 5,4 mi
Posto de Saúde na Barão de jaguara, onde fica acumulado lixo hospitalar e medicamentos vencidos: nova logística permite descarte seguro ( Rodrigo Zanotto/Especial para AAN)
O lixo químico que fica armazenado por até um ano nos centros de saúde e hospitais municipais antes de ser incinerado passará a ser coletado mensalmente, a partir de novembro, reduzindo os problemas de armazenagem e riscos nas unidades. A mudança na sistemática de coleta ocorrerá por causa da alteração feita na licitação do lixo, que separou a coleta e destinação dos resíduos urbanos do lixo da área da saúde. O novo contrato de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos de saúde, assinado em julho, por R$ 5,4 milhões ao ano, será implementado na totalidade em novembro, com a coleta e destinação dos resíduos químicos.Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, as unidades de saúde municipais geram anualmente cerca de 1,5 tonelada de lixo classificado no grupo B, de risco químico, que fica armazenada em caixas especiais, dentro dos critérios previstos na legislação para esse tipo de resíduo e depois contratam uma empresa para fazer a destinação final. O que mudou, disse, além da periodicidade da coleta, é que a atividade já está incluída em contrato.Esse tipo de lixo contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. São medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, entre outros. Devem ser acondicionados com sua embalagem original, dentro de recipiente inquebrável, envolvido por um saco.Segundo Paulella, as unidades de saúde conhecem os perigos desse tipo de resíduo e fazem o armazenamento com segurança. “Mas mesmo assim, acaba gerando problemas de armazenamento, o que vamos melhorar com a coleta mensal”, afirmou. O lixo coletado pela empresa que venceu a licitação, a americana STMB Engenharia Ambiental Ltda, será levado para ser incinerado em Mauá.Para a coordenadora da Vigilância Sanitária, Salma Balista, os cuidados com esse tipo de resíduo nas unidades de saúde são grandes para evitar problemas. Eles são acondicionados de acordo com as normas e ficam trancados nas unidades. “O problema que tínhamos até agora era mais de logística, de esperar acumular uma certa quantidade para poder enviar para inicineração. Com a coleta mensal será melhor a administração desses resíduos e mais racional”, afirmou.Esse tipo de resíduo, segundo ela, tem impacto ambiental quando não é segregado e tratado corretamente, porque impacta muito os aterros e há, ainda, o risco para os trabalhadores, caso não seja acondicionado corretamente.Campinas produz cerca de cinco toneladas de lixo hospitalar por dia. A Prefeitura é responsável pela coleta nos hospitais Dr. Mário Gatti, Celso Pierro (PUC-Campinas) e Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além das unidades de saúde públicas e das farmácias particulares, por serem considerados pequenos geradores.A destinação desse tipo de lixo é diferenciada. Passa por um processo de tratamento térmico por micro-ondas com temperatura de 140 graus para destruir todo e qualquer agente contaminador. Somente depois disso é que pode ser levado para o aterro onde é depositado todo o lixo de Campinas. A rede de saúde privada tem seu próprio sistema de coleta e destinação dos resíduos.