Entretanto, pequena ampliação ainda não atende pedido feito pela Sanasa na terça-feira, quando o Atibaia apresentou vazão de 6,4 mil litros por segundo
O grande volume de água ocorreu em função das chuvas que estão caindo no rio desde a saída do Sistema Cantareira e nos seus afluentes ( Carlos Sousa Ramos/ AAN)
O Sistema Cantareira ampliou nesta quinta-feira (16) em 230 litros por segundo (l/s) a descarga de água dos reservatórios para a região de Campinas - de 600 l/s liberados na quarta-feira, o sistema passou a soltar 830 l/s, sendo 300 l/s no Rio Jaguari e 530 l/s no Rio Atibaia. A pequena ampliação de vazão ainda não atende pedido feito pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) na terça-feira, quando o Atibaia apresentou vazão de 6,4 mil litros por segundo. A empresa solicitou ao Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) que fossem liberados 1,5 mil litros por segundo. Pelo nono dia consecutivo, o Cantareira operou com 19,9% da capacidade, ainda dentro da cota do volume morto.O Rio Atibaia registrou na quarta vazão média de 6,3 mil litros por segundo, suficientes, segundo a Sanasa, para garantir o abastecimento de 95% da população. A empresa está captando 2,9 mil litros por segundo para atender à cidade. O aumento de liberação de água do sistema para a região, de acordo com a empresa, visa garantir a qualidade da água e reduzir custos de tratamento, uma vez que a baixa vazão contribui para a concentração de poluentes que retiram o oxigênio da água e impedem as reações químicas necessárias ao tratamento. No ano passado, esse fenômeno ocorreu e obrigou a Sanasa a restringir o fornecimento de água à população durante dez dias.Há um ano, a vazão do Atibaia estava em 24 mil l/s. O Sistema Cantareira, há um ano, operava em 12,3% da capacidade, dentro do volume útil. Havia, nos reservatórios, 115,9 bilhões de litros do volume útil e mais 287,9 bilhões de litros das duas cotas de volume morto que só começaram a ser bombeadas em maio. Um ano depois, o volume de água armazenado está 53,7% menor - apenas 186,6 bilhões de litros do volume morto foram repostos e falta ainda mais 115,9 bilhões de litros para chegar a situação de abril de 2014.Desde o início do mês, os gestores do Cantareira reduziram a descarga dosa reservatórios para tentar chegar ao final de abril com um volume de água mais confortável do que existe hoje. Assim, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Daee reduziram a vazão que era de 2 mil litros por segundo para 1,5 mil litros por segundo a descarga para a região de Campinas. A retirada maior ou menor ficará na dependência de quanto de água entrar nos reservatórios em abril. Para a Grande São Paulo, a descarga máxima média mensal irá ficar entre 9,5 m3/s e 13 m3/s. Em março, a Grande São Paulo estava autorizada a retirar 13,5 m3/s.Segundo o Daee, a flexibilização nas restrições para as retiradas é necessária, porque abril apresenta características de transição entre o período chuvoso do Verão e a estiagem. A manutenção de baixas retiradas dos reservatórios visa gastar o mínimo possível de volumes disponíveis e recuperar o máximo das reservas técnicas já utilizadas.Mesmo assim, os reservatórios não conseguirão chegar ao final do mês completando as cotas de volume morto que começaram a ser retiradas em maio do ano passado. Nos cálculos do Daee, é possível que os reservatórios ainda fiquem com um déficit de 65 bilhões de litros, para recuperar todo o volume morto.