Sindicato reage após reprovação de GMs

A divulgação por parte da Prefeitura de Valinhos sobre a reprovação de 28 guardas municipais na prova de requalificação de tiro levou o Sindicato dos Trabalhadores Municipais e Autarquias de Valinhos, Louveira e Morungaba e a Associação dos Guardas Municipais de Valinhos a registrarem boletins de ocorrência na Polícia Civil. A medida, segundo declararam à polícia os respectivos presidentes das entidades, Valteni Alves Santos e Jesuino Honório Pereira, se deve ao fato de estar “causando imensurável prejuízo moral para os guardas mencionados na referida notícia que têm sido alvo de comentários depreciativos”. A Administração Pública acredita que a atitude dos sindicalistas tem viés político, porém preferiu não comentar o caso. Frisou, no entanto, que a iniciativa da publicação faz parte da política de transparência do atual governo. A Guarda Municipal de Valinhos é composta por 104 servidores, dos quais 23 foram reprovados no exame realizado em fevereiro pela Academia da Guarda Municipal de Campinas, em caráter obrigatório – é feito todo ano, mas neste ano houve um convênio com Campinas e foi a primeira vez que houve reprovas, segundo a Prefeitura. A requalificação foi dividida em quatro disciplinas: meio ambiente (nove dias de aulas); técnicas operacionais (seis dias); armamento, munição e tiro (nove dias); primeiros socorros (dez dias). Para serem considerados aptos, os guardas precisavam obter 60% de precisão em tiros disparados dentro do estande. Um dos alvos era uma figura que representava o corpo humano e estava fixa a uma distância de sete metros. Os candidatos também deveriam obter a mesma pontuação em tiros contra um alvo colorido, fixo e distante sete metros da bancada (a reportagem apurou que antes esse alvo era preto e branco, o que pode ter confundido os guardas). As provas foram realizadas usando as mesmas armas que os guardas manuseiam no dia a dia em Valinhos, pistolas 380 e revólveres calibre 38 Antes de atirar, os participantes foram submetidos a uma série de aulas com vídeos, exercícios e discussões sobre o assunto. De cordo com a Administração Pública, o objetivo deste teste era “atualizar” os profissionais, habilitando-os à técnica e ao exercício das funções. Após a reprova, os GMs tiveram o porte de armas particular suspenso e foram obrigados a entregar as armas. Eles foram retirados do trabalho de rua e passaram a fazer segurança administrativas dentro da Secretaria de Defesa do Cidadão, como vigilância em prédios públicos, apoio a ações de trânsito e eventos. Nos próximos dias 10 e 17 de abril, será realizado novamente o exame prático. Se não passarem, farão novamente o teste até que todos seja aprovados. Neste período, eles seguem em treinamento, inclusive com testes psicológicos. Na primeira prova, cinco guardas não compareceram e eles foram tidos como reprovados. Estes só poderão tentar outra vez em 2019. O boletim de ocorrência foi registrado como não criminal. Nele, os sindicalistas ainda citam outros veículos de comunicação que divulgaram a reprova dos guardas. “Ocorre que a notícia veiculada no boletim da prefeitura, da forma como foi colocada, foi além da informação e também especificou dados qualificativos dos guardas municipais reprovados”, citaram na declaração. O Correio Popular procurou Santos e Pereira para comentarem sobre o caso, mas não foram localizados.