SUMARÉ

Sindicato alerta sobre novos ataques a agentes penitenciários

Entidade da categoria diz ter informações de novos atentados; em menos de dez dias, dois funcionários do complexo Campinas/Hortolândia, foram atacados e um deles foi morto

Inaê Miranda
inae.miranda@rac.com.br
18/07/2015 às 14:06.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:04

Greve dos agentes penitenciários do Centro de Detenção Provisória de Hortolândia impede visita de familiares de detentos ( Janaína Ribeiro/ ANN )

O Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindesp) diz ter informações de que novos ataques contra agentes penitenciários poderão ocorrer na região. Em menos de dez dias, dois funcionários da categoria, lotados no complexo Campinas/Hortolândia, sofreram atentados e um deles foi morto. Desde sexta-feira, os agentes realizam um protesto em repúdio aos crimes. As visitas aos presos neste final de semana foram canceladas e amanhã será realizada uma assembleia para decidir se o protesto será mantido. No mesmo dia, está previsto o início da greve dos agentes penitenciários por mais segurança e reajuste salarial.  A movimentação na frente do complexo penitenciário foi tranquila na manhã de ontem. Apenas alguns parentes dos presos que não sabiam do protesto compareceram para fazer as visitas e levar alimentos, materiais de limpeza e de higiene, mas foram impedidos de entrar. Eles eram comunicados do protesto por um grupo de agentes que se concentrou na porta de uma das unidades prisional. Apenas os serviços considerados essenciais estavam ativos. Caminhões com entrega das refeições e ambulâncias de atendimento entravam e saíam normalmente do complexo. Os alvarás de soltura também eram liberados. “É um movimento pacífico, organizado pelos funcionários, e que tem o apoio do Sindicato. O objetivo é chamar a atenção para os fatos que estão ocorrendo”, afirmou Antônio Pereira Ramos, diretor-presidente do Sindesp. A estimativa é de aproximadamente mil agentes das seis unidades prisionais aderiram ao movimento, garantindo aos presos apenas os serviços essenciais. Outras unidades do Estado, como a de Presidente Prudente, Pinheiros, Irapuru, Americana, Casa Branca, Junqueirópolis se solidarizaram com o movimento dos agentes de Campinas e Hortolândia e também pararam. Na segunda-feira está prevista uma reunião para definir os rumos do protesto. O sindicato tenta se reunir com a direção da SAP na terça-feira e busca contato com deputados da área de Segurança Pública. Um agente foi morto a tiros na última quinta-feira no entroncamento das Rodovias D. Pedro I e Anhanguera. No dia 9 de julho, outro profissional foi baleado quando chegava em casa. Ele se recupera no hospital. Os atentados, segundo os trabalhadores, foram ordenados por dois presos do CDP, por meio de uma carta que saiu do presídio. As ameaças partidas de integrantes de uma facção criminosa começaram no início do mês passado. Segundo Ramos, o coordenador das unidades prisionais da Região Central já havia sido alertado por meio de documento de que os ataques iriam ocorrer. O Sindicato afirma que a SAP precisa dar coletes e armas para os agentes ficarem 24 horas. O pedido já foi oficializado. “O que pedimos é mais segurança para os agentes. Há mais de um ano foi feito e protocolizado na Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) o acautelamento dos coletes e da arma porque hoje o agente sai da unidade prisional desarmado e sem o colete. Essa fragilidade tem colocado a vida desses profissionais em risco. Estão a mercê dos criminosos. Sabemos que o acautelamento dos coletes e das armas não resolve o problema, mas não deixa de ser uma ferramenta a mais de proteção para o servidor público”, comentou. Ramos disse ainda que o sindicato tem informações de que novos ataques a funcionários poderão ocorrer. “Os agentes continuam em estado de alerta”, disse. Para segunda-feira, está prevista o início de uma greve dos agentes penitenciários para cobrar mais segurança, reajuste salarial. A greve também é contra o descumprimento do acordo de punição de agentes participantes de greves, feito no ano passado pelo Estado. Para segunda-feira, está prevista o início de uma greve dos agentes penitenciários para cobrar mais segurança e reajuste salarial de 35%. A greve também é contra o descumprimento do acordo de punição de agentes participantes de greves, feito no ano passado pelo Estado. Veja também Visitas a presos são proibidas após ataques a dois agentes Um morreu baleado nesta quinta-feita (18) à noite, e o outro segue internado no hospital de Sumaré

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