PANDEMIA

Setores investem e veem a crise passar bem longe

Atividades ligadas à alimentação, higiene e saúde ganham fôlego

Daniel de Camargo
19/07/2020 às 10:13.
Atualizado em 28/03/2022 às 22:01
Segundo a Apas, as vendas em Campinas aumentaram 7,5% no acumulado de janeiro a maio deste ano, na comparação ao mesmo período de 2019 (Matheus Pereira/AAN)

Segundo a Apas, as vendas em Campinas aumentaram 7,5% no acumulado de janeiro a maio deste ano, na comparação ao mesmo período de 2019 (Matheus Pereira/AAN)

Enquanto alguns setores amargam demissões, falências e retração em decorrência da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, que suspendeu ou limitou diversas atividades, além de ter alterado hábitos e comportamentos da população, outros segmentos se beneficiaram ou se adequaram mais rapidamente ao perfil da quarentena. Entre eles, supermercados, fabricantes ou distribuidores de bebidas, e indústrias ou comércios ligados a produtos de higiene em geral. Além, obviamente, das companhias farmacêuticas, farmácias e lojas de equipamentos médico-hospitalar. De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), as vendas nos supermercados de Campinas aumentaram 7,5% no acumulado de janeiro a maio deste ano, na comparação ao mesmo período de 2019. Se analisado apenas o mês de maio, o crescimento foi em torno de 14%. Presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto explicou que o isolamento social fez as pessoas intensificarem suas compras de abastecimento com o intuito de estocar produtos e sair menos de casa. A Rede Savegnago, por exemplo, gerou 1,6 mil novos postos de trabalho durante a pandemia, sendo 400 deles em Campinas, onde inaugurou duas unidades em abril e junho passados, no Botafogo e Vila João Jorge, respectivamente. Na conta, estão contempladas ainda 200 vagas para uma nova loja, em Limeira, com início da operação programada para o fim deste mês. O grupo conta com 47 unidades no Interior do Estado de São Paulo, e planeja chegar a 51 em 2020. De acordo com a empresa, as contratações foram realizadas para atender às recentes inaugurações e à nova realidade do setor no enfrentamento do novo coronavírus. O e-commerce, por exemplo, apresentou crescimento de 300%. Presidente-executivo da rede, Sebastião Edson Savegnago, o Chalim, enfatiza também que estão sendo realizadas constantes adaptações para atender às determinações dos órgãos de Saúde. "Assim, a contratação de novos funcionários se faz necessária para garantir, por exemplo, o controle de acesso às lojas e filas em seu interior e também intensificar os processos de higienização", explica. Por fim, o executivo revela que as admissões atendem ainda à necessidade de repor os trabalhadores que precisaram ser afastados por algum motivo. Higiene Uma nota técnica do Observatório PUC-Campinas no início de junho, baseada em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também em informações do Ministério da Economia, apontou que o setor responsável pela fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza e higiene, cosméticos e perfumaria, apresentou o crescimento mais expressivo na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em relação à 2019, com alta de 14,69%. De acordo com a análise, realizada pelos economistas Paulo Oliveira e Eliane Rosandiski, essas mercadorias, somadas a outros produtos químicos, sofreram aumento na demanda devido às práticas adotadas pela população para a prevenção do contágio da Covid-19. Numa rápida volta por Campinas, apesar da orientação para que as pessoas fiquem em casa, observa-se grande movimentação em lojas de cosméticos instaladas em vias importantes da região central. Fluxo similar também é percebido nos estabelecimentos que comercializam produtos de limpeza. 

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