O apoio tem ocorrido geralmente por meio de serviços voluntários, doações e disponibilização de infraestrutura para atendimento à população
A iniciativa privada tem se solidarizado ao poder público para o enfrentamento à pandemia da Covid-19 em Campinas. O apoio tem ocorrido geralmente por meio de serviços voluntários, doações e disponibilização de infraestrutura para atendimento à população. Na última terça-feira, o presidente do Clube Semanal de Cultura Artística ofereceu as dependências de sua sede social, situada na Rua Irmã Seraphina, no Centro, para atendimento público emergencial ou como posto provisório de vacinação pública. O comunicado, assinado pelo presidente da entidade, Gilberto de Aragão Umbuzeiro, frisa que essa pode ser uma pequena contribuição na luta contra a doença. O texto informa que o espaço necessita de poucas reformas e uma limpeza. Já o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, entregou ontem a Marcos Pimenta, presidente da Rede Mário Gatti, 300 óculos de proteção ou EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que são obrigatórios durante a pandemia no atendimento de pacientes com suspeita de contaminação pela Covid-19. O médico conta que conseguiu a doação da All Prot, empresa especializada no produto, depois de ficar sabendo pela imprensa que os hospitais da rede que inclui Mario Gatti e Ouro Verde, bem como os que trabalham no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), não dispõem desse EPI para todos. Por isso, os profissionais da saúde estavam compartilhando os equipamentos. "É um risco porque um estudo mostra que em superfícies de plástico ou similares o coronavírus sobrevive por 5 dias", afirma Queiroz Neto. Além disso, comenta, os estudos mostram que a contaminação é proporcionalmente maior entre os profissionais da saúde do que na população, porque eles formam um grupo de maior exposição ao vírus. A Azul Linhas Aéreas transportou três toneladas de equipamentos médicos para a montagem de uma estrutura, ao lado do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O Complexo Hospitalar Móvel — tecnologia pioneira entre as organizações da sociedade civil e desenvolvido para o exercício da medicina em campo — cumprirá a função de centro de triagem, além de outras demandas necessárias, ampliando a oferta de equipamento médico-hospitalar à disposição de pacientes da região que forem contaminados pela Covid-19. O material veio na última terça-feira, de Manaus, e foi descarregado no Aeroporto Internacional de Viracopos. Para realizar a viagem, a companhia colocou à disposição, gratuitamente, o maior avião de sua frota, o Airbus A330, responsável por operar os voos internacionais de longo curso. A logística envolveu ainda o Exército Brasileiro que levou os equipamentos de um hospital móvel da ONG Expedicionários da Saúde da cidade de Santarém, no Pará, até a capital do Amazonas. Ainda sobre a Unicamp, a universidade vai receber uma doação de 1.250 litros de álcool 70% da Raízen, empresa brasileira produtora e distribuidora de açúcar e etanol. O material será encaminhado para as suas unidades de saúde, como o HC, o Hospital da Mulher (CAISM), Hemocentro e Gastrocentro, contribuindo com os insumos necessários para o trabalho nos locais, que teve a demanda ampliada por conta da pandemia.