Atos criminosos acontecem na esteira dos protestos relacionados à mobilização dos caminhoneiros
Ônibus incendiado na Av. Dr. Armando d? Otaviano, na Vila San Martin, em Campinas: por sorte, nem passageiros nem motoristas foram feridos (Leandro Torres/AAN)
Serão os usuários do transporte coletivo de Campinas quem pagarão a conta dos prejuízos causados pelos atos vandalismo contra ônibus praticados durante a mobilização dos caminhoneiros.Mais três ônibus foram alvos de vandalismo na noite de terça-feira. Um deles foi apedrejado e o outro sofreu tentativa de incêndio. Com estes, sobe para sete o número de ônibus da frota do transporte público vandalizados durante protestos. Só para os três veículos queimados, as concessionárias vão ter de investir R$ 1,73 milhão. Quarta-feira à tarde, a Polícia Militar deteve um homem suspeito de atear fogo em um ônibus no Parque Cidade, durante os ataques da segunda-feira. Terça-feira à noite, um ônibus da linha 190 foi apedrejado no Parque Oziel. Também houve um caso de vandalismo e ameaças na região do Campo Belo. No Terminal do Campo Grande, vândalos tentaram incendiar um veículo que estava parado, enquanto o motorista jantava. Segundo a empresa apurou, um motoqueiro com um garupa teria praticado a ação. O fogo só não consumiu o ônibus porque testemunhas viram e conseguiram apagar as chamas num banco. Por conta dos atos, as concessionárias e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) decidiram recolher os ônibus e fechar os terminais. Quarta-feira, os veículos voltaram a funcionar com 75% da frota nas ruas, mas devido à falta de combustível que persistia e o ponto facultativo dos setores públicos, muitos passageiros deixaram de usar o transporte coletivo. Ataques Na noite de segunda-feira, três ônibus foram incendiados. O primeiro foi da linha 316, incendiado na Avenida Armando d’Otaviano, Parque Cidade. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano e Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp), adolescentes invadiram o ônibus e obrigaram os passageiros a descer. Não houve feridos. Pouco tempo depois, um ônibus da linha 187 foi incendiado na Rodovia Santos Dumont (SP-075), perto do Campo Belo. Um terceiro coletivo, da linha 422, foi incendiado na região do São José e o procedimento usado pelo grupo foi o mesmo registrado nos outros casos. Após os incêndios e a tentativa de queimar um quarto veículo, da linha 4.14-1 Gleba B/Central, o SetCamp classificou os incêndios como “atos de terrorismo”. Detenção Na tarde de quarta-feira, a PM deteve um desempegado de 25 anos, suspeito de ter ateado fogo no ônibus da linha 316. Segundo o tenente Ricardo Aparecido Magalhães, o homem caminhava perto de um mercado no limite de Campinas com Sumaré, na região do Matão, quando os policiais o reconheceram. Ele foi identificado por testemunhas após postar o vídeo que gravou da ação nas redes sociais. O suspeito estava com mais 20 pessoas quando invadiu o veículo. O homem foi indiciado e vai responder o processo em liberdade por dano ao patrimônio público. Frota no feriado Apesar da distribuição de combustível começar gradativamente quarta-feira à tarde, a SetCamp e Emdec decidiram reduzir para 50% a frota de ônibus durante o feriado prolongado de Corpus Christi. A medida vale a partir de hoje e segue até domingo, dia 3 de junho. A operação a partir de segunda-feira, dia 4 de junho, será definida com base na avaliação do retorno de abastecimento de diesel e da demanda de passageiros. Os usuários do transporte podem acompanhar os horários dos ônibus, em tempo real, pelo aplicativo “Busão na Hora”, disponível para smartphones e, também, com acesso pelo site da Emdec, no endereço eletrônico www.emdec.com.br, em “Busão na Hora”, no canto direito no alto da página. A frota operacional do transporte público é de 1.070 veículos.