Equipes visitarão residências no Jardim Paulicéia e trechos dos jardins Anchieta, Campos Elíseos, Londres, Nova Morada, Roseira e V. Castelo Branco
Equipes de combate à dengue se concentram e combinam as estratégias antes de dar início ao mutirão; participação da população é essencial no combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, uma vez que 80% deles estão localizados dentro de residências (Rodrigo Zanotto)
Às vésperas do 4º mutirão de prevenção e combate à dengue, que acontece em mais sete bairros neste sábado (3), Campinas voltou a registrar crescimento dos casos da doença, fechando a semana com 1.679 infectados, 196 a mais em relação à última quarta-feira, quando a cidade registrou o janeiro com maior número de casos, superando até 2015, ano da maior epidemia. Desde abril do ano passado, quando foi declarada a epidemia, o acumulado chega a 13.101, com três óbitos. Os dados constam do Painel de Monitoramento de Arboviroses.
Embora Campinas esteja com um número elevado de casos, o município ficou fora da relação, feita pelo Ministério da Saúde, das cidades que vão receber a vacina Qdenga. O motivo foi que Campinas não atendeu a um dos três critérios utilizados. De acordo com o Ministério, a seleção das cidades atendeu a três critérios: municípios de grande porte, ou seja, com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da doença em 2023 e 2024 e maior predominância do sorotipo 2 (DENV-2). Campinas não tem registro da circulação deste tipo desde 2021, de acordo com a Secretaria de Saúde. Dos grupos com mais casos, a faixa entre 20 e 29 anos ainda aparece em primeiro lugar, com 340 notificações. Na sequência, estão o grupo de 30 a 39 anos, com 289, e o de 40-49, com 273 registros. Entre crianças e jovens (10-19 anos), os infectados somam 189.
Em todo o País, 521 municípios, sendo 11 no Estado de São Paulo, começam a receber a vacina ainda em fevereiro. O imunizante é destinado à faixa etária de 10 a 14 anos, com duas doses e intervalo de três meses entre elas.
Para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, também responsável pela transmissão do zika vírus e febre chikungunya, a Prefeitura está realizando mutirões quinzenais, além de outras ações diárias. A mobilização deste sábado ocorre no bairro Jardim Paulicéia e trechos dos jardins Anchieta, Campos Elíseos, Londres, Nova Morada, Roseira e Vila Castelo Branco. Os locais foram selecionados por causa do número de casos confirmados ou suspeitos de dengue nos últimos sete dias e o objetivo é mobilizar a população para mais cuidados.
O mutirão neste sábado deve reunir pelo menos 100 agentes da Saúde, incluindo trabalhadores da empresa Impacto Controle de Pragas. Eles atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros, sempre com o uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. O pedido é para que a população colabore nos trabalhos.
A Administração repetirá a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do mosquito Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
O mutirão será multisetorial e conta com apoio de profissionais das secretarias de Serviços Públicos, Habitação, Educação, Assistência Social e de Trabalho e Renda, além da Guarda, Defesa Civil, Sanasa e Emdec. O balanço das ações será divulgado na segunda-feira, 5 de fevereiro.
BAIRROS
Na última segunda-feira, a Prefeitura emitiu novo alerta com bairros que apresentam alto potencial de transmissão da doença. O Alerta Dengue é o 50º desde que a ferramenta foi implementada como estratégia de enfrentamento às arboviroses. São eles: Parque São Quirino, Vila 31 de Março, Jardim Campineiro, Jardim São Marcos, Vila Esperança, Jardim Rossin, Jardim Nova Europa e Vila Campos Salles, Vila União e os bairros de Sousas Cohab, Imperial Parque e Jardim Conceição.
O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) destacou que bairros indicados em boletins anteriores, assim como demais regiões de Campinas, precisam intensificar medidas preventivas, sobretudo combate aos criadouros do mosquito vetor da doença.
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.