CRISE

Servidores iniciam debate sobre corte em Americana

Funcionários públicos terão até dia 24 para decidir se aceitam reduzir salários para evitar demissões; sindicato fará uma série de assembleias

Sarah Brito
13/07/2015 às 19:46.
Atualizado em 28/04/2022 às 16:44
Grupo de professores foi à sede do sindicato dos servidores protestar: para eles, voto sobre corte no reajuste dos salários deve ser aberto ( Janaína Ribeiro/ Especial a AAN )

Grupo de professores foi à sede do sindicato dos servidores protestar: para eles, voto sobre corte no reajuste dos salários deve ser aberto ( Janaína Ribeiro/ Especial a AAN )

Os servidores de Americana começam a votar na terça-feira (14) a proposta de cancelamento de reajuste salarial (de 6,22%, concedido em maio) para evitar demissões de servidores em estágio probatório, que pode atingir mais de 500 funcionários. A proposta também oferece uma licença não remunerada pelos próximos dois anos para esses servidores, como forma de evitar a demissão em massa. O Sindicato dos Servidores municipais da cidade fará uma série de assembleias, divididas por setores e departamentos, até o dia 24 de julho, para analisar a proposta. O voto deve ser fechado. Caso a proposta não seja aceita, o funcionalismo deve entrar em greve, agravando a crise administrativo-financeira do município.Na segunda (13), um grupo de professores da rede municipal protestou na região central de Americana contra a votação fechada. Eles passaram pela Avenida Brasil e pela Prefeitura. Os professores são representados pelo sindicato da categoria e também pelo SSPMA (Sindicato dos Servidores Municipais de Americana).A proposta de cancelamento do reajuste salarial, se aceita, deve evitar as demissões dos 563 servidores públicos em estágio probatório que seriam desligados. O anúncio do corte dos funcionários foi feito no final de junho, e é voltado aos trabalhadores com menos de três anos de serviço público. Caso sejam demitidos, eles entrarão para a lista dos exonerados e se juntarão aos 505 comissionados demitidos no início de junho e aos 78 temporários desligados ao longo das últimas semanas — totalizando 1.146 demissões. Até a decisão dos trabalhadores, ficam suspensas as notificações de demissões da Prefeitura.Para conter os cortes, a prefeitura também abriu a possibilidade de outros servidores aderirem ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) e propôs alterações para permitir o afastamento por dois anos sem remuneração dos servidores em regime probatório. Afundada em dívidas após a saída do prefeito cassado Diego De Nadai (sem partido), em 2014, a Prefeitura de Americana enfrenta uma série de cortes. O atual prefeito, Omar Najar (PMDB), foi eleito no fim do ano passado e assumiu o Executivo em janeiro.Desde então, a cidade teve a coleta de lixo prejudicada devido a atraso no pagamento, entidades assistenciais deixaram de receber verbas e há atraso no pagamento do funcionalismo público. A dívida total da cidade é avaliada em R$ 1,2 bilhão, enquanto a previsão de receita para o ano que vem é de R$ 897 milhões. Os servidores da Guarda Municipal de Americana (Gama) também sofreram cortes, e tiveram os salários reduzidos após a prefeitura obter liminar na Justiça. O governo conseguiu a redução em R$ 1 mil no salário dos 350 guardas municipais, além de anular o aumento do adicional de risco da categoria, de 30% para 50%, de forma escalonada (feita no último um ano e meio).

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